Victoria Lacerda

<p>O governo brasileiro avaliou como positiva e produtiva a<a href="https://www.jota.info/executivo/tarifaco-em-conversa-com-trump-lula-pede-a-retirada-da-sobretaxa-de-40"> conversa entre o presidente Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump</a>, realizada na manhã desta segunda-feira (6/10). O diálogo, que durou cerca de 30 minutos, foi considerado melhor do que o esperado por integrantes do Planalto e abriu caminho para uma nova etapa das negociações em torno do tarifaço — o pacote de sobretaxas de 40% sobre produtos brasileiros imposto pela Casa Branca.</p>
<p>Segundo o Palácio do Planalto, a conversa ocorreu em tom amistoso e teve como foco o destravamento dos impasses comerciais e a restauração das relações diplomáticas entre os dois países. Lula pediu formalmente a retirada do tarifaço e a revogação das sanções impostas a ministros brasileiros, classificadas como injustas. O presidente também argumentou que o Brasil é um dos três países do G20 com os quais os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços, e que, portanto, não haveria base econômica sólida para manter as tarifas.</p>
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<p>A jornalistas, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que acompanhou a conversa, afirmou que o encontro foi “bom, descontraído e proveitoso”. “O presidente Lula colocou que as sanções aos ministros não são justas e que isso também deveria ser rediscutido. Mas foi uma conversa boa, longa, por 30 minutos. Nós estamos muito otimistas e vamos avançar para o ganha-ganha nessa relação com investimentos recíprocos”, disse.</p>
<p>Alckmin, que vem liderando as tratativas sobre a tarifa tanto com o governo norte-americano quanto internamente com o empresariado, disse ainda que o Planalto saiu do encontro confiante. “Foi muito boa a conversa, melhor do que nós esperávamos, então estamos muito otimistas de que vamos avançar”, completou.</p>
<p>O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também considerou o diálogo positivo. Haddad embarca para Washington no próximo dia 13 de outubro, onde participará de reuniões do G20 e deve dar sequência às negociações com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, designado por Trump para liderar as tratativas com o Brasil. Rubio é conhecido por sua postura dura em temas de política externa e por ser um dos principais defensores das sanções comerciais e diplomáticas contra o Brasil.</p>
<p>O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), também comentou a conversa entre Lula e Trump em suas redes sociais. “Fico feliz em ver que o diálogo e a diplomacia estão prevalecendo entre Brasil e EUA. Quando o respeito e a conversa franca guiam nossas relações, todos saem ganhando. A Câmara segue atenta e pronta para trabalhar pelos interesses nacionais”, escreveu.</p>
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<p>A conversa entre os dois presidentes ocorre exatamente dois meses após a implementação da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Desde então, os Estados Unidos isentaram parcialmente alguns itens da sobretaxa, como celulose e ferro-níquel, mas mantiveram a cobrança sobre café e carnes — produtos centrais na pauta de exportação do agronegócio.</p>
<h3>Haddad levará tema do tarifaço a Washington</h3>
<p>O ministro da Fazenda estará em Washington entre os dias 13 e 17 de outubro, para participar das Reuniões Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de encontros do G20.</p>
<p>Antes mesmo da conversa desta segunda-feira, Haddad já havia indicado que pretende aproveitar a viagem aos Estados Unidos para avançar nas conversas com o governo norte-americano sobre o tarifaço. “Eu vou para Washington participar de uns encontros lá, tem o G20. Vai ser uma oportunidade de conversar”, afirmou na semana passada.</p>


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JOTA

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