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Avaliação positiva do governo Lula recua 4 pontos desde de fevereiro, aponta pesquisa Genial/Quest

No mesmo período, avaliação negativa avançou 9 pontos. Relançamento do Bolsa Família de R$ 600 reais é a ação mais conhecida do governo

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Presidente Lula | Crédito: Ricardo Stuckert

A consultoria Quaest foi a campo entre 13 e 16 deste mês para realizar a segunda rodada da pesquisa de abrangência nacional desde que o presidente Lula tomou posse. O levantamento de opinião pública encomendado pela plataforma de investimentos Genial entrevistou 2.015 pessoas com idade superior a 16 anos de maneira presencial. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais. Quais os destaques do levantamento? 

Avaliação em queda

Há um recuo generalizado nas avaliações positivas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Em relação a fevereiro, as notas positivas (ótimo e bom) caíram 4 pontos percentuais, de 40% para 36%, enquanto as notas negativas (ruim e péssimo) subiram de 20% para 29%, mesmo percentual dos que consideram o governo regular. Os que não sabem ou não responderam são apenas 6% agora, contra 16% em fevereiro.  

A avaliação de Lula permanece positiva entre os que o elegeram: 53% no Nordeste, 38% entre as mulheres, 46% entre os que têm até o Ensino Fundamental e 43% entre os que ganham até 2 salários mínimos. Entre os que têm renda superior a 5 salários mínimos a avaliação negativa passou de 24% para 38% e ultrapassou a positiva (28%). 

Comportamento semelhante é observado entre os que têm Ensino Superior incompleto ou mais: a avaliação negativa subiu de 24% para 39% e a positiva recuou de 39% para 27%. 

Onde pega

A pesquisa perguntou se, na visão do eleitor, Lula está conseguindo cumprir suas promessas. Embora 53% considerem o presidente bem intencionado, 55% avaliam que ele não está conseguindo cumprir o que prometeu. Para 40% dos eleitores, o presidente não é bem intencionado e 35% acreditam que ele está conseguindo cumprir o que prometeu.  

As notícias negativas e o desconhecimento de ações do governo federal também pesaram na avaliação dos entrevistados. Nesta rodada, 44% disseram ter ouvido alguma notícia negativa sobre o governo Lula nos últimos dias, contra 34% que responderam o contrário e 22% não souberam ou não responderam. Dentre todas as notícias negativas mencionadas no levantamento, a de maior amplitude foi a mais recente: a taxação de produtos entregues no Brasil pelas e-commerce e e-tailer chinesas: Shopee e Shein, mencionada por 16% dos entrevistados. Em segundo lugar vem “Não faz o que promete/é corrupto” (7%) e ameaça de acabar com a Bolsa Família (4%).

Desconhecimento 

Por outro lado, ações do governo consideradas positivas são conhecidas por menos de 60% dos entrevistados. É o caso do relançamento do programa “Mais Médicos”, conhecido por 58% dos entrevistados e aprovado por 75% destes, da medida que revogou o decreto de posse de armas (conhecido por 58% e aprovado por 66%), e do aumento do salário mínimo (conhecido por 57% e aprovado por 63% desse grupo). O relançamento do Bolsa Família de R$ 600 é o único destaque positivo, com amplo conhecimento: conhecido por 82% e 77% de aprovação.

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Principais problemas

A economia é o principal problema do Brasil na avaliação de 31% dos entrevistados. Em relação aos próximos 12 meses, a expectativa de melhora vem caindo continuamente desde outubro, quando chegou a 75%. Na primeira pesquisa Genial/Quaest de 2023, o percentual foi de 62% e agora, 51%. A expectativa de piora passou de 6% em outubro para 20% em fevereiro e 29% em abril. Para 43% o desemprego vai aumentar e, para 49%, a inflação vai subir.