Serviço Público

Após assembleia, funcionários do Banco Central retiram indicativo de nova greve

Apesar da proposta de 23% de reajuste do governo, categoria segue mobilizada e avaliando termos para fazer contraproposta

funcionários do banco central
Crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Após uma nova rodada de negociação com o governo federal, os funcionários do Banco Central decidiram, em assembleia virtual na tarde desta quinta-feira (22/2), retirar o indicativo de uma nova greve prevista para os próximos dias 27 e 28 de fevereiro. O gesto da categoria ocorreu em resposta ao fato do Ministério da Gestão e da Inovação (MGI), segundo o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), demonstrar respeito ao processo de negociação, apresentando uma nova proposta a ser avaliada pelos servidores.

De acordo com o sindicato, embora os termos da negociação com o governo tenham avançado e demonstrado progresso em relação ao que foi inicialmente apresentado pela pasta, após a reunião desta quarta-feira (21/2), ainda há pontos importantes à categoria que não foram contemplados, como a exigência de nível superior para o cargo de Técnico e a criação de uma Retribuição por Produtividade Institucional.

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Segundo Fabio Faiad, presidente do Sinal, o MGI já indicou estar aberto ao diálogo sobre alguns deles, como o nível superior para os técnicos. Faiad também confirmou que houve deliberação sobre a proposta e venceu a elaboração de uma contraproposta a ser apresentada ao Ministério por mais de 95% da categoria.

”A categoria segue mobilizada, com a operação padrão, entrega de funções crescentes, que já ultrapassaram 550, e avaliando os termos pra fazer contraproposta”, avaliou o presidente do Sinal.

Na última terça e na quarta-feira (20 e 21/2), os funcionários do BC fizeram uma greve de 48 horas, que teve adesão majoritária. Além disso, houve a entrega de cargos comissionados, como forma de esvaziar o comando da instituição, incluindo diretoria e gerências. Para Fábio Faiad, a medida pressionaria o governo a entender as demandas, “gerando uma asfixia operacional e burocrática no BC”.

Para encerrar a paralisação, o governo federal havia proposto um aumento de 23% a proposta de reajuste dos funcionários do Banco Central, com o valor sendo pago em duas parcelas nos anos de 2025 e 2026. A categoria busca um reajuste de 36%. Além disso, o MGI aceitou a reivindicação da categoria em trocar o nome do cargo de analista para ”auditor”.

Há duas semanas, o Ministério da Gestão e da Inovação havia apresentado aos representantes do Sinal uma proposta considerada “muito aquém” da pauta dos servidores. Na ocasião, o Executivo teria oferecido reajuste de 13%, parcelado para 2025 e 2026 (9% da atual proposta de reajuste linear já incluído).

A negociação entre os funcionário do BC e o governo acontece por meio da Mesa Temporária e Específica de Negociação, criada, no ano passado, pelo MGI.