
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por unanimidade de votos, manteve, nesta quinta-feira (13/10), a decisão liminar que suspendeu a veiculação do vídeo de uma entrevista do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) sobre uma experiência canibal em uma comunidade indígena. Dessa forma, as imagens não podem ser usadas na propaganda eleitoral do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem em redes sociais. Também estão proibidas novas divulgações com igual teor, sob pena de configuração de crime de desobediência.
Para o relator, ministro Paulo de Tarso Sanseverino, o trecho da entrevista de Bolsonaro ao jornal norte-americano The New York Times, em 2016, foi retirado de contexto, ferindo a honra do candidato à reeleição. Na análise do relator, o trecho recortado muda o sentido original da mensagem e sugere-se, de forma intencional, que o candidato à reeleição admite a possibilidade de comer carne humana em qualquer circunstância, quando, na realidade, na entrevista ele narra um caso específico.
A ação foi ajuizada pela Coligação Pelo Bem do Brasil, de Bolsonaro, e pelo próprio candidato. Segundo a petição apresentada pelo presidente, no dia 7 de outubro, o PT veiculou nove inserções na propaganda eleitoral gratuita na televisão como estratégia publicitária de desinformação e de criação artificial de estados mentais, emocionais e passionais, sugerindo que Bolsonaro seria capaz de consumir carne humana, associando-o ao canibalismo a partir do trecho da entrevista concedida ao periódico estrangeiro.
“Como se observa, a peça se descola completamente da realidade, fazendo uso de recortes e encadeamentos inexistentes de falas gravemente descontextualizadas do representante, com intuito de transmitir a falsa e absurda ideia de que seria canibal e até praticante de atos que atentariam contra a população indígena, quando a entrevista integral revela justamente o contrário”, diz a defesa de Bolsonaro.