Juliana Castro
Mirielle Carvalho
A ida de Jair Bolsonaro para os Estados Unidos às vésperas da posse de Luiz Inácio Lula da Silva deixou um mistério no ar sobre quem passaria a faixa presidencial adiante. Sem o antecessor no país, Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto ao lado de representantes da sociedade.
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São eles:
- Francisco, de 10 anos, morador de Itaquera e corintiano como Lula.
- Aline Sousa, de 33 anos, catadora, filha e neta de catadoras.
- Cacique Raoni, símbolo da luta indígena que já foi criticado por Bolsonaro.
- Wesley Rocha, de 36 anos, metalúrgico do ABC Paulista
- Murilo Jesus, de 28 anos, professor de Curitiba
- Jucimara Santos, cozinheira do Paraná
- Ivan Baron, que teve paralisia cerebral decorrente de uma meningite
- Flávio Pereira, de 50 anos, artesão
Quando chegaram ao alto da rampa, tocava a música “Amanhã será um lindo dia”. A cadela Resistência, de Lula e da primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, também acompanhou o grupo.
Veja abaixo quem são os representantes do ‘’povo brasileiro’’, responsáveis por entregar a faixa para Lula.
Francisco
Morador de Itaquera, zona leste e periferia de São Paulo, Francisco tem 10 anos e é filho de uma assistente social e um advogado que atua em causas sociais, além de se considerar um ‘’corinthiano roxo’’. Francisco faz natação e em 2022 ficou em 1° lugar no campeonato da Federação Aquática Paulista. Em 2019, esteve em Curitiba para dar ‘’Bom dia, presidente Lula’’ ao presidente Lula. No mesmo ano, esteve presente no Jogo MST 一 Amigos do Lula e amigos do Chico Buarque. Na ocasião, esta foi a primeira vez em que Francisco teve a oportunidade de ver o presidente Lula de perto. Após assistir ao filme que retrata a vida do presidente e em ser recepcionado por Lula com carinho e atenção durante o Natal dos Catadores, Francisco assumiu que também queria se tornar presidente.
Aline Sousa
Aline Sousa, 33 anos, é catadora desde os 14 anos, formando a terceira geração de catadoras de sua família. Sua mãe e avó materna são catadoras da mesma cooperativa em que ela atua. Aline é mãe de sete filhos, seis meninos e uma menina. Em 2012, ela foi eleita diretora-secretária da Rede CENTCOOP-DF e três anos depois conquistou o cargo de primeira presidenta eleita da Cooperativa. Atualmente, Aline está em seu terceiro mandato. Em 2013, ingressou no Movimento Nacional de Catadoras como articuladora nacional, além de representar os catadores e catadoras do Distrito Federal. Hoje, Aline é responsável pela Secretaria Nacional da Mulher e Juventude da Unicatadores. Aline Sousa também é uma beneficiária do programa Minha Casa Minha Vida ao lado de outras 30 famílias de catadores.
Cacique Raoni Metuktire
Bepkrakti, mais conhecido como Raoni Metuktire, é reconhecido por indígenas e ribeirinhos como um dos principais representantes da luta pela preservação da floresta e dos povos amazônicos e por dedicar a sua vida na defesa da vida e território desses povos. Da aldeia Kraimopry-yaka, onde nasceu, o cacique alcançou notoriedade internacional por pedir paz ao redor do mundo. Além de um símbolo de luta e ativismo indígena, Raoni também é sinônimo de resiliência. Recentemente, o cacique sofreu a perda de sua esposa, Bekwyiká; sofreu uma infecção intestinal e um quadro de Covid-19. Em 2019, durante a Assembleia Geral da ONU, o ex-presidente da república, Jair Bolsonaro, tentou desqualificar o papel do cacique perante aos indígenas. Em sua fala na Assembleia, Bolsonaro disse que ‘’Raoni merece respeito, mas não fala pelos indígenas’’.
Weslley Viesba Rodrigues
Weslley, 36 anos, é metalúrgico do ABC desde os seus 18 anos. Atualmente, ele trabalha na Delga, na cidade de Diadema-SP. Weslley é formado em Educação Física e beneficiário do programa de Financiamento Estudantil, o FIES. Além da formação em Educação Física, ele também é formado nos cursos técnicos profissionalizantes de Desenho Técnico, Matemática Aplicada, Eletricista e Comandos Elétricos, pela Formação Integral ‘’Dona Lindu’’, do SENAI. Além de desempenhar papel metalúrgico, Weslley é apaixonado por cultura e atua como DJ em um grupo de RAP chamado ‘Falange’.
Murilo de Quadros Jesus
Murilo, 28 anos, é formado em Letras Português-Inglês pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e atua como professor de português como língua adicional da Universidad de La Sabana, de Bogotá, na Colômbia, entre 2016 e 2017. Entre 2021 e 2022, Murilo foi bolsista Fullbright como professor de português na Bluefield College, em West Virginia, na Califórnia.
Jucimara Fausto dos Santos
Jucimara, paraense de Palotina, sempre dedicou sua vida à cozinha. Em uma das vigílias ‘Lula Livre’, a cozinheira participou de um concurso de culinária, onde recebeu o convite para fazer pães e atuou pelo período de dez meses. Hoje, Jucimara cozinha para a Associação dos Funcionários da Universidade Estadual de Maringá (PR), e sempre que consegue condições e tempo livre, faz pães para doação.
Ivan Baron
Ivan é um jovem potiguar que aos 3 anos de teve uma meningite viral 一 doença que causou sua paralisia cerebral. Ele é um dos símbolos da luta anticapacitista e considerado um dos embaixadores da inclusão na sociedade. Além de símbolo desta luta, Ivan foi uma das referências na campanha do presidente Lula.
Flávio Pereira
Flávio, 50, é natural de Pinhalão, estado do Paraná, e um artesão. Durante a vigília ‘Lula Livre’, Flávio esteve presente nos 580 dias 一 período em que o presidente Lula ficou preso 一 auxiliando nas atividades do cotidiano.
