
Após disputas entre as forças políticas do novo governo por uma pasta considerada estratégica, o Ministério do Desenvolvimento Social será comandado por Wellington Dias (PT). Nas últimas semanas, circulou que Simone Tebet (MDB) tinha interesse na pasta, que é responsável por programas como o Bolsa Família.
Dias foi governador do Piauí duas vezes, totalizando quatro mandatos – primeiro entre 2003 e 2010, depois novamente entre 2014 e 2022. Na última eleição, foi eleito senador, cargo que já havia ocupado no intervalo entre seus governos estaduais.
A trajetória política dele sempre foi baseada no Piauí. Em 1992, foi eleito pela primeira vez vereador em Teresina. Em 1999, foi introduzido na política nacional, quando chegou à Câmara dos Deputados. É um quadro histórico do PT, filiado ao partido desde 1985.
A pasta do Desenvolvimento Social é prioritária para o PT, por abrigar os programas sociais e outras vitrines de gestões petistas no combate à fome e à pobreza. Durante a campanha, em setembro, Dias disse que um potencial terceiro mandato de Lula seria um “governo de centro, mas com responsabilidade social”.
Na transição, o senador eleito foi o indicado por Lula para acompanhar a adequação do Orçamento da União para 2023, com interlocução com o relator da peça, senador Marcelo Castro (MDB-PI), e outros parlamentares.
Durante a pandemia, Dias atuou como coordenador do Fórum Nacional de Governadores e articulou a compra de vacinas e outros equipamentos de forma independente do governo federal em consórcio com outros estados.
Segundo estimativas do comitê científico do Consórcio Nordeste, liderado por Dias em 2021, os estados nordestinos tiveram menos óbitos do que a média nacional por conta das ações de combate à pandemia empreendidas na região. Pela atuação, ele foi reconhecido por um prêmio de servidores da Fiocruz em 2021.