
O advogado Vinícius Marques de Carvalho, de 45 anos, é o nome do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ocupar a Controladoria-Geral da União (CGU). Durante o governo de Dilma Rousseff, Carvalho esteve à frente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Ele foi um dos nomes anunciados por Lula nesta quinta-feira (22/12) e já escreveu diversos artigos para o JOTA.
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Ele entrou no Cade em 2008 como conselheiro; em 2012, foi eleito presidente. Por cerca de um ano, antes de liderar o órgão antitruste, ocupou a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça, na gestão de José Eduardo Cardozo.
Durante a presidência do Cade, foi questionado por ter omitido que havia trabalhado no gabinete do deputado estadual Simão Pedro (PT-SP) entre 2003 e 2004. A informação não constava no currículo apresentado quando seu nome passou pelo processo de aprovação no Senado para ocupar a posição.
Na CGU, Carvalho estará à frente do órgão de controle interno do governo federal, cujas atribuições são garantir a transparência da gestão pública, por meio de ações de auditoria pública, correição, ouvidoria, além de prevenção e combate à corrupção.
O futuro ministro é crítico do que teria sido o foco da operação Lava Jato em punir empresas, com prejuízo às atividades econômicas e não às pessoas envolvidas, e da Lei Anticorrupção no mesmo sentido. “Em todos os países do mundo desenvolvido, quando escândalos como esses acontecem, não se veem empresas passando por problemas como elas passaram no Brasil”, disse ele em entrevista no ano passado.
“É preciso criar uma estrutura de incentivos, porque, no fim, quem age de maneira corrupta usando a empresa, muitas vezes, são seus funcionários, seus executivos. A empresa acaba sendo um instrumento”, afirmou, comentando que o Cade e a CGU pareciam estar nesse caminho, mas com “muitas dificuldades”.
Foi chefe de Gabinete da Secretária Especial dos Direitos Humanos (2007-2008), secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça (2011-2012) e Yale Greenberg World Fellow (2016).
Atualmente, Carvalho é sócio do escritório VMCA, em São Paulo, e professor no Departamento de Direito Comercial da Universidade de São Paulo.