
A partir de 2023, o governo federal ganhará o Ministério da Gestão – um desmembramento da antiga pasta que incluía também Planejamento e Orçamento. Ele será liderado pela economista Esther Dweck, que foi secretária do Orçamento Federal no governo de Dilma Rousseff (PT). Dweck foi anunciada para o cargo pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (22/12).
Dweck integrou a coordenação do grupo técnico de Planejamento, Orçamento e Gestão na transição de governo. Ela é professora do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com pesquisas focadas em economia do setor público, regime fiscal e participação do Estado e crescimento e desenvolvimento econômico.
Ela ocupou cargos no Ministério do Planejamento entre 2011 e 2016, primeiro como chefe da assessoria econômica e depois como secretária de Orçamento Federal, durante a gestão de Nelson Barbosa. Por alguns meses, ainda em 2016, foi subchefe de análise e acompanhamento de políticas governamentais da Casa Civil.
Em entrevistas coletivas durante a transição, Dweck sinalizou pontos que deveriam ser priorizados pelo novo governo. Ela demonstrou preocupação com o que seria a precarização dos serviços públicos.
Por isso, indicou a necessidade de negociar as demandas de servidores por reajustes salariais, que poderiam constar em uma nova proposta de lei, no lugar da atual reforma administrativa em discussão. Na visão dela, a proposta deveria ser substituída por um novo texto, com outra “visão de Estado”.
Também falou sobre a necessidade de revisão dos planejamentos de médio e longo prazos, com redirecionamentos orçamentários – ela citou a necessidade de R$ 60 milhões de recursos para o governo digital como exemplo.
Além disso, outra prioridade identificada pelo grupo dela e endossado por ela em entrevistas é quitar as dívidas acumuladas nos últimos mandatos com órgãos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC). O Brasil pode perder o direito a voto se não pagar o que deve.
Dweck foi eleita a Mulher Economista de 2021 pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon).