O PT anunciou, nesta quarta-feira (3/8), ter feito um acordo com o Pros para apoio à chapa Lula-Alckmin. Deixado de lado, o coach Pablo Marçal, então candidato do partido, convocou os seguidores que tem nas redes sociais para anunciar sua “renúncia” em uma live no YouTube nesta noite.
Porém, apesar de ter dado a entender que cederia, ele usou a audiência para dizer que não pretende deixar de concorrer pelo partido. Segundo ele, se for necessário, irá recorrer à Justiça para manter a decisão da convenção partidária que confirmou a candidatura dele.
A aliança entre o Pros e o PT pode render mais tempo de propaganda eleitoral gratuita para a campanha do ex-presidente Lula, cuja coligação conta com PT, PSB, Solidariedade, Psol, PC do B, PV e Rede.
O presidente do partido, Eurípedes Júnior, anunciou, também nesta quarta-feira (3/8), a convocação de uma nova convenção nacional do partido para referendar apoio formal à chapa petista. Os filiados poderão escolher entre a aliança com Lula e a presença de Marçal nas urnas.
Marçal, porém, diz que pela primeira vez pode processar alguém. Para Marçal, a convenção convocada pelo Pros é ilegítima e sua candidatura configura um “ato jurídico perfeito”.
Influenciador, coach motivacional e teólogo, Marçal foi o primeiro dos candidatos à Presidência a ter detalhes da sua candidatura divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no início da semana. Ele declarou possuir R$ 16,9 milhões em bens no próprio nome.
Candidato pelo Partido Republicano da Ordem Social (Pros) desde maio, Pablo Marçal tem 35 anos e 2,3 milhões de seguidores no Instagram. A presença virtual era a maior aposta da campanha dele. Na última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, ele aparecia com 1% das intenções de voto – empatado, na margem de erro, com Simone Tebet (MDB) e André Janones (Avante), que também deve deixar a disputa para apoiar Lula.
Marçal se tornou mais conhecido no início do ano, quando uma expedição liderada por ele em meio a condições meteorológicas adversas precisou de resgate em Piquete (SP). A trilha fazia parte do programa de treinamento “O pior ano da sua vida”.
Como medida para dissuadi-lo de expedição semelhante, a juíza Rafaela Assumpção Cardoso Glioche, de Piquete, concedeu, em janeiro, a pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), liminar para proibi-lo de realizar programas motivacionais ao ar livre sem prévia autorização. A Justiça, porém, ainda não encontrou Pablo Marçal.
Esta reportagem foi atualizada às 20h59 de 3 de agosto de 2022 para informar que diferentemente do que foi anunciado inicialmente por Pablo Marçal, ele não desistiu da candidatura à Presidência |