Candidato à presidência da República, o coach Pablo Marçal (Pros) declarou possuir R$ 16,9 milhões em bens no próprio nome. Ele é o primeiro dos candidatos à presidência a ter detalhes da sua candidatura divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A maior parte dos bens, R$ 13,7 milhões, é definida como “outras participações societárias” – provavelmente, entre elas, empresas que ele possui para ofertar os cursos que o tornaram famoso nas redes sociais, onde acumula pelo menos 2,3 milhões de seguidores.
Os registros são feitos por autodeclaração, isto é, os próprios candidatos devem descrever o próprio patrimônio. No caso de Marçal, há ainda um apartamento no valor de R$ 100 mil, cerca de R$ 220 mil aplicados em renda fixa e R$ 940 mil em ações. Apenas uma conta bancária, possui depositados R$ 327 mil.
Influenciador e coach motivacional, Marçal (Pros) ganhou as páginas de jornais no início do ano, quando uma expedição liderada por ele em meio a condições meteorológicas adversas precisou de resgate em Piquete (SP). A trilha fazia parte do programa de treinamento “O pior ano da sua vida”.
Como medida para dissuadi-lo de expedição semelhante, a juíza Rafaela Assumpção Cardoso Glioche, de Piquete, concedeu, em janeiro, a pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), liminar para proibi-lo de realizar programas motivacionais ao ar livre sem prévia autorização da Polícia Militar, da Prefeitura Municipal e da Defesa Civil. A Justiça, porém, ainda não encontrou Pablo Marçal.
No perfil sobre Pablo Marçal no site de um dos seus cursos, ele é apresentado como estrategista digital e mentor. Ele também ajudaria as pessoas a “desbloquear sua identidade digital”; mais de 50 mil alunos já teriam participado de algum curso ou treinamento online dele. Também é divulgado que o faturamento por seus produtos digitais já teria passado de R$ 100 milhões.
Candidato pelo Partido Republicano da Ordem Social (Pros) desde maio, Pablo Marçal tem 35 anos e 2,3 milhões de seguidores no Instagram. A presença virtual é a maior aposta da campanha dele. Na última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, ele aparecia com 1% das intenções de voto – empatado, na margem de erro, com Simone Tebet (MDB) e André Janones (Avante).