Forças armadas

O que os eleitores pensam sobre militares da ativa ocuparem cargos no governo?

Pesquisa do JOTA e do IBPAD ouviu 5 mil brasileiros sobre temas capazes de decidir o voto, como meio ambiente e armas

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Crédito: Exército Brasileiro

Mais da metade dos eleitores brasileiros concorda que militares e policiais militares da ativa deveriam ser impedidos de ocupar cargos políticos no Executivo federal. Hoje, a Constituição proíbe que esses militares, estaduais ou federais, se filiem a partidos políticos e participem de manifestações, mas eles podem ocupar cargos civis na administração pública – em 2020, existiam 6,2 mil membros das Forças Armadas no governo federal.

No total, 52% dos eleitores ouvidos pelo Nosso Papo Reto, iniciativa do JOTA e do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), são favoráveis à proibição. Os que discordam são 33% em uma amostra de 5 mil brasileiros entrevistados.

O posicionamento varia de acordo com as preferências políticas dos eleitores. Entre os que disseram preferir a candidatura à presidência de Lula (PT), 65% concordam que militares da ativa não deveriam ocupar cargos do Executivo; o número cai para 31% entre os potenciais eleitores de Bolsonaro (PL). Já os de Ciro Gomes (PDT) responderam positivamente em 62% das vezes, e 70% entre os que escolheram Simone Tebet (MDB).

Quiz do Nosso Papo Reto pretende incentivar o diálogo ao demonstrar que há mais opiniões que aproximam do que afastam os brasileiros. Clique aqui para jogar! 

O site Nosso Papo Reto demonstra que o diálogo entre pessoas que votam em candidatos de polos opostos ou têm opiniões distintas é possível – e, mais do que isso, recomendável.

Os resultados da pesquisa deram origem a um quiz em que os participantes são convidados a tentar adivinhar como pensam os apoiadores de outros grupos políticos sobre temas relevantes da agenda nacional. Ao fim, há uma comparação entre a expectativa de resposta e o que o outro grupo respondeu.

No caso dos militares da ativa no governo, há uma distância entre a percepção das pessoas que se consideram de esquerda ou de direita sobre o espectro oposto e que elas, de fato, pensam. 46% das pessoas que se classificaram como de direita concordaram com a frase, mas as pessoas de esquerda achavam que o número seria menor, de 31%.

No sentido inverso, 51% das pessoas que se reconhecem como de esquerda concordaram, mas os eleitores de direita achavam que uma proporção maior, de 65%, seria favorável à proibição.

O site Nosso Papo Reto é uma iniciativa do JOTA, com apoio do IBPAD e patrocínio do YouTube, baseada em uma pesquisa nacional com cerca de 5 mil respondentes sobre políticas públicas e temas de interesse nacional.