Em evento de governo, em tom de campanha, o presidente da República Jair Bolsonaro (PL) voltou mais uma vez a atacar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e as decisões da Corte. “Eu fui do tempo em que decisão do STF não se discute, se cumpre. Não sou mais”, disse Bolsonaro.
O presidente da República reclamou da decisão da 2ª Turma da Corte que, por 3 votos a 2, havia derrubado minutos antes a liminar monocrática do ministro Nunes Marques que tinha devolvido o mandado ao deputado estadual do Paraná Fernando Francischini (União-PR), primeiro parlamentar cassado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por fake news. Francischini é aliado do presidente da República.
“Enquanto aqui a gente está num evento voltado para a fraternidade, amor, compaixão, do outro lado da Praça dos Três Poderes, o STF, por 3 a 2, condena um deputado por espalhar fake news. Ele não espalhou fake news. O que ele falou na live eu falei também”, afirmou o presidente da República.
“É inacreditável o que fazem. Querem prejudicar a mim e prejudicam o Brasil”, disse Bolsonaro. “Por que essas decisões? É só pancada, pancada, pancada o tempo todo. Querem a volta daquele cara que roubou o país”.
Bolsonaro também ameaçou não cumprir uma eventual decisão do STF para rever o marco temporal das terras indígenas. “O que eu faço se aprovar o marco temporal? Tenho duas opções: entrego a chave para o ministro do STF, ou digo: não vou cumprir”, disse o presidente.
No discurso, Bolsonaro também chamou o ministro Edson Fachin, atual presidente do TSE, de “marxista-leninista”.