Daniel Marcelino

A campanha mal começou "nos autos" e as pesquisas já estão fazendo suas vítimas. Favoritos revelam vulnerabilidades, enquanto azarões ganham força com o respaldo dos números. Candidatos que pareciam resilientes estão sendo forçados a revisar suas estratégias. No jargão do marketing político, aqueles que não conseguem reagir aos números negativos podem ver suas campanhas minguarem.
<h3><a href="https://conteudo.jota.info/marketing-lp-newsletter-ultimas-noticias?utm_source=jota&amp;utm_medium=lp&amp;utm_campaign=23-09-2024-jota-lp-eleicoes-2024-eleicoes-2024-none-audiencias-none&amp;utm_content=eleicoes-2024&amp;utm_term=none">Acompanhe a cobertura das Eleições na newsletter Últimas Notícias e receba a edição especial com análise exclusiva do primeiro turno</a></h3>
Na maior cidade do país, que registra o terceiro maior número de pesquisas eleitorais, atrás apenas de Teresina e Manaus, os números mostram mudanças significativas nas intenções de voto. <a href="https://www.jota.info/ex-coach-influenciador-e-azarao-quem-e-pablo-marcal-candidato-a-prefeitura-de-sao-paulo">Pablo Marçal</a> (PRTB), inicialmente visto como um outsider, registrou um crescimento expressivo, subindo 4,5 pontos percentuais na média das pesquisas em apenas 30 dias. Enquanto isso, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), veterano da política paulistana, sofreu uma queda de 2,4 pontos. Guilherme Boulos (PSol) também perdeu apoio, com uma diminuição de 1,8 pontos, algo esperado considerando que, apesar de ter aparecido com mais de 32% nas pesquisas, ele recebeu apenas 17% dos votos totais (20,2% dos válidos) no primeiro turno quatro anos antes.
A evidência de três pesquisas divulgadas nesta semana, incluídas no cálculo do agregador do JOTA, indicam que o empate pelo terceiro lugar na <a href="https://www.jota.info/eleicoes/quem-sao-os-candidatos-a-prefeito-de-sao-paulo-nas-eleicoes-municipais-de-2024">corrida pela Prefeitura de São Paulo</a> entre Pablo Marçal, Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB) foi quebrado. No consenso das pesquisas, Marçal agora tem 18% das intenções de voto; Datena, 13%; e Tabata, 7%.
O que levou Pablo Marçal a crescer 4,9 pontos na média das pesquisas para a Prefeitura de SP? Além da saída de Kim Kataguiri da corrida, Marçal está jogando em casa: as redes sociais. É um influenciador de grande alcance. Com uma presença online poderosa, ele explora debates polêmicos e adota estratégias disruptivas que trazem mais visibilidade, atraindo eleitores insatisfeitos com os candidatos tradicionais.
Para Pablo Marçal, a disputa até agora tem sido um "ganha-ganha". Sua estratégia gerou ganhos rápidos e significativos, mas manter esse ritmo durante toda a campanha é algo improvável. Mesmo sem vencer a eleição, ele já ampliou sua influência e base de seguidores nas redes sociais. O problema? Ele desencadeou uma "Guerra Civil" digital nas redes e grupos ideológicos, com um impacto total ainda incerto.
Qual é a chance de uma pesquisa divulgada em agosto realmente prever o resultado de outubro? Essas pesquisas capturam um momento específico da campanha, mas o cenário eleitoral pode mudar drasticamente com o início da propaganda eleitoral na próxima semana, como é possível imaginar olhando a imagem.
<img class="mcnImage aligncenter" src="https://mcusercontent.com/4911ce1e520f5bf26dd891c79/images/115406a3-a8df-4040-d0a2-1bfee306e7c8.jpeg" alt="" width="564" height="930" align="left" />
Graças a coligação formada em torno de seu nome, Nunes terá 6 minutos e 30 segundos na propaganda eleitoral, três vezes mais do que Boulos, que contará com 2 minutos e 22 segundos. Marçal, por sua vez, não terá acesso à propaganda gratuita, já que seu partido, o PRTB, não elegeu o mínimo de deputados federais necessário para garantir esse tempo.
Pelos números de milhares de pesquisas indexadas no nosso agregador, observamos que a média de erro esperado para pesquisas feitas entre 60 e 30 dias antes da eleição, em todo o país, é de 16 pontos percentuais. Isso reforça a incerteza que acompanha as pesquisas eleitorais durante esse período até o dia da votação, mas também sublinha sua centralidade como uma ferramenta essencial em qualquer campanha eleitoral.
Na maioria das vezes, a taxa de intenção de voto de um candidato é a informação menos relevante em uma pesquisa eleitoral. O que realmente importa é entender por que um candidato está subindo ou caindo na preferência do eleitorado. Identificar essas tendências revela as dinâmicas de uma campanha, mostrando quais mensagens estão ressoando e onde os adversários estão ganhando terreno. É essa análise que oferece uma visão estratégica mais profunda e pode determinar o rumo da eleição.
Mas por que Nunes está enfrentando um êxodo de eleitores para Marçal, como mostram as pesquisas? Essas mudanças no cenário eleitoral indicam que a corrida pela prefeitura de São Paulo está longe de estar definida. Em resposta, Nunes deve adotar um esforço concentrado para conter essa migração de eleitores, o que inevitavelmente tornará a campanha ainda mais agressiva nos próximos dias.

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JOTA

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