
O perfil dos candidatos que mais receberam recursos para concorrer às eleições de 2022 é de homens brancos, predominantemente de estados do Nordeste e Sudeste do Brasil. Um grupo de 139 candidatos obteve, cada um, pelo menos R$ 3 milhões para fazer campanha – diante de 27,8 mil candidaturas para dividir o Fundo Eleitoral.
Entre esses candidatos, 72,2% são brancos e 72,9%, homens. O número destoa do perfil completo, de todos os candidatos, em que há 48% de brancos e 66% de homens. E não é só nesse patamar que isso acontece. Os que receberam pelo menos R$ 1 milhão têm perfil semelhante: negros são apenas 32% e mulheres, 28,6%.
Foram consideradas as contas declaradas até a última sexta-feira (16/9) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Elas são acompanhados em tempo real pelo painel Siga o Dinheiro, desenvolvido em parceria pelo JOTA e pela organização Base dos Dados. O painel permite acompanhar em detalhes como os recursos estão sendo distribuídos ao longo da corrida eleitoral.
O topo da lista dos candidatos com mais de R$ 1 milhão têm representantes dos estados com maior população – o parâmetro serve de base para calcular a quantidade de deputados federais que cada Unidade da Federação elege.
Nesse grupo, há 170 candidatos com esse valor para gastar em São Paulo, 87 em Minas Gerais, 78 na Bahia, 74 no Rio de Janeiro e 50 em Pernambuco. No polo oposto, Roraima tem 14 candidaturas com ao menos R$ 1 milhão; Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte têm 19.
A maioria dos partidos está priorizando o investimento em campanhas para esse cargo, segundo os critérios apresentados para a distribuição dos recursos recebidos do Fundo Eleitoral. Ter mais recursos geralmente significa maior capacidade de fazer campanha e ser eleito. Para esse cargo, o teto de gastos por candidato é de R$ 3,176 milhões – até agora, 17 candidatos receberam pelo menos R$ 3 milhões.
As eleições de 2022 terão o maior orçamento do Fundo Eleitoral – também chamado de Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) –, com R$ 4,9 bilhões para financiar todas as campanhas. Há regras para a distribuição dos recursos entre os partidos, que devem dividi-los entre os candidatos.