Luciano Padua

O presidente da rede de supermercados Condor, Pedro Joanir Zonta, assinou um <a href="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2018/10/3a7ed8c31a95064e2275ae8eb6ad430d.pdf">termo de compromisso</a> com o Ministério Público do Trabalho (MPT) de Curitiba para recolher uma carta que Zonta escreveu a seus funcionários na qual apoia o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). Caso a Condor descumpra o acordo terá de pagar multa diária de R$ 100 mil.
Zonta também terá de publicar uma carta de esclarecimento e enviá-la pelo aplicativo Whatsapp aos sete grupos da empresa que receberam a carta anterior. Ele terá de comprovar o envio mediante um "print screen" da tela para os grupos  e encaminhar email com cópia para a assessoria de comunicação do MPT.
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Segundo o termo de compromisso, também será publicado na página da rede Condor trecho de <a href="http://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/sala-imprensa/mpt+noticias/cf53c944-0ecc-4eb6-94e4-6e2710a3b440">nota pública</a> do Procurador Geral do Trabalho divulgada na segunda-feira (1/10).
"A publicação deverá ser inserida na página da empresa no prazo de 48 horas e mantida em primeiro plano, ocupando um sexto do campo de visão da página inicial, até o dia 28 de outubro de 2018", diz o documento.
Na terça-feira (2/10), Zonta enviou um comunicado nos grupos de Whatsapp da empresa em que afirmava que votaria em Bolsonaro.
Ao justificar a escolha, ele argumentou que o candidato "não tem medo de dizer o que; protege os princípios da família, da moral e dos bons costumes; luta contra o aborto e contra a sexualização infantil; é a favor da redução da maioridade penal e segue os valores cristãos".
<img class="aligncenter wp-image-160404 size-full" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2018/10/6207f05bbd8ac2d29676744ab1fc82de.jpeg" alt="" width="605" height="1024" />
Na missiva, ele escreveu aos colaboradores que não haveria "de forma alguma" corte no 13º salário nem nas férias dos funcionários do grupo Condor. "Acredito no Bolsonaro, votarei nele e peço que confiem em mim e enel para colocar o Brasil no rumo certo. Por tudo isso e muito mais. É BOLSONARO - 17 (sic)", escreveu Zonta.
Em suas considerações, o MPT apontou que a "liberdade de consciência, convicção política ou filosófica, a intimidade, a vida privada, são direitos fundamentais assegurados a homens e mulheres no artigo 5 da Constituição Federal de 1988, que devem ser respeitados no âmbito das relações de trabalho, impedindo, em decorrência, ao empregador, a prática de qualquer ato que obrigue o empregado a manifestar-se sobre suas crenças ou convicções políticas ou filosóficas, e, mais ainda, que venha a obrigá-lo a seguir uma determinada crença ou convicção politica ou filosófica".
Para o órgão, o comportamento caracteriza "COAÇÃO, inadmissível nos locais de trabalho e DISCRIMINAÇÃO em razão de ORIENTAÇÃO POLÍTICA (sic)".

Condor

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JOTA

Rede recolherá carta e publicará esclarecimento sobre o caso, considerado pelo MPT como uma coação inadmissível

Condor faz acordo com o MPT por carta a funcionários com apoio a Bolsonaro

Rede de supermercados Condor recolherá carta e publicará esclarecimento sobre o caso; multa é de R$ 100 mil em caso de descumprimento