COVID-19

Farmácias serão uma saída para quem precisar de respostas sobre Covid, diz Mena Barreto

CEO da Abrafarma participou de webinar do JOTA que debateu ‘o cenário de diagnósticos de COVID-19 no Brasil’

testes rápidos
Drive thru para fazer exames de Covid-19 em Florianópolis / Crédito: Leonardo Souza /PMF

Além dos hospitais, as farmácias ganharam um papel fundamental na luta contra o coronavírus. Com a decisão da Anvisa em liberar a realização de testes rápidos para Covid-19 nesses estabelecimentos, o sistema de saúde ganhou capilaridade para tentar conter o avanço da doença.

A avaliação é do CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, que participou na manhã desta quarta-feira (13/5) de um webinar da Casa JOTA que discutiu “O Cenário de diagnóstico de COVID-19 no Brasil”.

“Se tiver protocolos bem construídos, com profissional qualificado e apto, além de teste com validade, não tem como dar errado. A farmácia está pronta. Temos 200 farmácias fazendo testes e o nível de resultados positivos está entre 4% e 12% de resultados positivos. Somos 200 farmácias fazendo testes, mas podemos chegar rapidamente a 3 mil”, avaliou Mena Barreto.

Nesse sentido, segundo ele, as farmácias serão uma saída “para quem precisar de uma resposta rápida para um problema”.

Desde quando começou a crise do coronavírus, na avaliação de Barreto, a Anvisa e o Ministério da Saúde responderam às demandas dos setores. No dia 28 de abril, por exemplo, a agência aprovou o uso de testes rápidos em farmácias de forma temporária e excepcional.

Anvisa

No esforço de ampliar a oferta de testes rápidos à população, o chefe da gerência-geral de Tecnologia de Produtos para Saúde da Anvisa, Leandro Rodrigues Pereira, destacou que a agência está sendo mais ágil em seus processos internos.

De acordo com dados apresentados por Pereira, desde o início da pandemia, chegaram à Anvisa 326 protocolos para regularização de testes. Desses, 75 já foram aprovados e 40, rejeitados. Os demais ainda estão sob análise.

Segundo Leandro Pereira, a Anvisa tem levado em média 15 dias para analisar um teste. Assim, ele afirmou que a agência de vigilância sanitária também está se adaptando, no mesmo ritmo da sociedade.

“Programas que discutíamos há anos, estamos concluindo agora. Esse momento faz com que sejamos mais ágeis”, disse.

Autorregulação

No webinar, o presidente-executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Carlos Gouvêa, destacou o papel da autorregulação no mercado de saúde.

“O sistema de vigilância sanitária deve ser uma ação combinada de diversos atores. Se a sociedade civil não implementar ações em complemento com o regulador, não será possível”, destacou Gouvêa.

Um exemplo vigente citado por ele foi o olhar para o “pós-mercado”, com a análise de eficácia de kits de coronavírus disponíveis no mercado.

De forma voluntária, o programa avalia a efetividade dos kits em parceria com diversos laboratórios. No caso dos testes, por exemplo, o sistema sempre busca identificar os casos positivos a partir de determinado dia da infecção.

“Assim, passamos uma referência ao mercado público e privado, mostrando que tal teste é melhor para tal finalidade”, explicou Gouvêa. As informações produzidas, segundo ele, são compartilhadas tanto com a Anvisa quanto com o Ministério da Saúde.

Na mesma linha do que foi dito por Sergio Barreto, o presidente-executivo da CBDL também concorda que quem terá papel fundamental na testagem em massa da população são as farmácias.

“Estamos vivendo uma situação excepcional. Assim, precisamos testar o máximo possível, e as farmácias dão a capilaridade que precisamos”, resumiu Gouvêa.

Testes

Sem uma vacina ou um remédio eficaz para combater a Covid-19, a única saída dos países para mitigar os efeitos da pandemia causada pelo coronavírus é testar em massa a população — e não há outra alternativa para isso que não seja com os testes rápidos.

A avaliação também foi apresentada no webinar e é de Paula Távora, médica e sócia fundadora da I9med. No entendimento de Távora, em relação a outras doenças, testes podem auxiliar na identificação durante a fase aguda da doença.

Para a Covid-19, entretanto, Paula destaca que os testes rápidos são de importância relevante para o mapeamento epidemiológico e identificação de anticorpos.

“Não há condições de fazer testes com outra metodologia que não sejam com os rápidos”, destacou Paula Távora.

Webinars

A conversa sobre o enfrentamento à Covid-19 fez parte da série de webinars diários que o JOTA está realizando para discutir os efeitos da pandemia na política, na economia e nas instituições. Todos os dias, tomadores de decisão e especialistas são convidados a refletir sobre algum aspecto da crise.

Entre os convidados, já participaram do webinar estão o apresentador e empresário Luciano Huck, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, o presidente do STF, Dias Toffoli, o ministro Gilmar Mendes, o ministro Luís Roberto Barroso, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), a presidente da CCJ do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), o presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, Fausto Pinato (PP-SP), o economista e presidente do Insper, Marcos Lisboa; além de representantes de instituições como a Frente Nacional de Prefeitos, a Confederação Nacional das Indústrias e a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho.

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