ECONOMIA

‘É aceitável congelar salários de servidores que ganham mais de R$ 20 mil’

Secretário de política econômica, Adolfo Sachsida, participou do webinar do JOTA nesta sexta-feira

Adolfo Sachsida
Crédito: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O secretário de política econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, considera aceitável “congelar por dois anos os salários de quem ganha mais de R$ 20 mil no setor público”. Ele participou do webinar que o JOTA promove de segunda a sexta-feira com autoridades dos três poderes e especialistas para discutir os impactos da crise na política, na economia e nas instituições. Para o secretário, as áreas de saúde e segurança, primordiais no momento, deveriam ficar de fora de um eventual congelamento nos salários de servidores públicos. “O exemplo precisa vir de cima, é uma contribuição que todos devem dar”.

Ao ser questionado sobre a previsão para o PIB desse ano, disse “é uma pergunta importante, mas eu não vou responder, porque é difícil saber a profundidade e a duração dessa crise”.

Sobre as medidas emergenciais adotadas pelo governo, como o auxílio de R$ 600 aos informais e trabalhadores com renda baixa, afirmou que todas serão encerradas até o fim do ano.

Segundo Sachsida, o setor que ainda requer auxílio é o de pequenas e médias empresas. Por isso, a equipe econômica está trabalhando em ações que devem ser apresentadas em até duas semanas.

O secretário não considera ideal o modelo aprovado na Câmara para auxílio financeiro a estados e municípios, com compensações nas perdas de arrecadação de ICMS e ISS. “A crise está nas cidades e nos estados, então é natural que o dinheiro tem que ir para eles. Essa não é nossa discussão. A discussão é a maneira como foi feita”, diz. Para ele, o auxílio no formato de seguro passa o recado de “pode abrir mão da sua arrecadação à vontade que o governo federal garante”. E completa: “essa não é a melhor maneira de alinhar incentivos entre União estados e municípios”.

No pós-crise, a avaliação é de que é primordial a volta da agenda de reformas, além da aprovação da PEC do Pacto Federativo, da PEC Emergencial, da PEC do Saneamento. Em paralelo, defende, é preciso a “abertura econômica e realização de privatizações e concessões”. Sachsida entende que “o superávit primário vai aparecer à medida que tivermos uma agenda de reformas”.

Webinars

A conversa com Adolfo Sachsida fez parte da série de webinars diários que o JOTA está realizando, durante a pandemia da Covid-19, para discutir os efeitos na política, na economia e nas instituições. Todos os dias, tomadores de decisão e especialistas são convidados a refletir sobre algum aspecto da crise.

Na segunda-feira (20/4) o convidado do webinar do JOTA será o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa. O tema da conversa, marcada para as 16 horas, será “Agenda de estímulo ao setor produtivo diante da pandemia do coronavírus”.

Entre os convidados, já participaram do webinar estão o presidente do STF, Dias Toffoli, o ministro Gilmar Mendes, a presidente da CCJ do Senado, Simone Tebet (MDB-MS); o presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, Fausto Pinato (PP-SP); o economista e presidente do Insper, Marcos Lisboa; além de representantes de instituições como a Frente Nacional de Prefeitos, a Confederação Nacional das Indústrias e a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho.

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