Clara Cerioni

<p>A ampliação da conectividade no Brasil com a chegada do 5G, a proteção de dados pessoais, a dedicação à saúde preventiva e o uso de inteligência artificial são identificados hoje como as principais tendências para o futuro do setor de saúde no país, segundo especialistas na área que participaram de um webinar realizado nesta quinta-feira (26/11) pela Casa <a href="http://jota.info/">JOTA</a>, em parceria com a Claro.</p>
<p>O encontro, que debateu o tema "transformação digital nos serviços de saúde: tendências", contou com a participação de Eduardo Cordioli, gerente da área de telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein, Leandro Rubio, fundador da Missão Covid e CEO e CoFounder da STARBEM e José Formoso, CEO da Embratel.</p>
<p>Na avaliação dos especialistas, a medicina hoje passa por uma transformação no que diz respeito à popularização dos atendimentos virtuais, que foram impulsionados por causa da pandemia da Covid-19. No entanto, barreiras de acesso à internet pela população impedem que a saúde chegue, de fato, para todos os brasileiros.</p>
<p>"As pessoas às vezes acham que Brasil é São Paulo, Rio de Janeiro, mas ele é um país continental com várias realidades diferentes. Então usar tecnologia para quebrar essa barreira geográfica e ampliar acesso à saúde cai como uma luva para o país. Vai ser impossível a gente cumprir a meta do SUS, que é levar saúde para todos, sem usar tecnologia", disse Eduardo Cordioli, do Einstein.</p>
<p>https://www.youtube.com/watch?v=Zpkl4IuulF4&amp;feature=youtu.be&amp;ab_channel=JOTA</p>
<p>Essa realidade deve mudar quando o 5G chegar no país e democratizar, ainda mais, o acesso à internet, de acordo com José Formoso, da Embratel. "Com as tecnologias do 5G você vai poder oferecer serviços de saúde com muito mais eficiência, porque a cobertura só vai crescer, crescer e crescer. Essa é uma missão para o futuro nos próximos cinco e dez anos".</p>
<p>A tendência é que isso tenha um impacto, inclusive, no preço do serviço desse setor, que hoje enfrenta uma inflação média anual de 15%, cerca de quatro vezes a mais do que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). "Sabemos que a inflação na saúde no Brasil é alta e a saúde digital consegue diminuir os custos, tornar mais acessível, e com isso torna o sistema mais sustentável", afirmou Leandro Rubio, da Missão Covid-19.</p>
<p>Para Eduardo Cordioli, a tecnologia 5G tende a reduzir o medo dos hospitais em usar tecnologia em situações em que as conexões não podem falhar de jeito nenhum, como em uma cirurgia, por exemplo. “A partir do momento que você tem confiança de que vai funcionar, você passa a usar mais, a desenvolver habilidades, a investir dinheiro".</p>
<p>Com a chegada do 5G, a proteção dos dados da saúde dos brasileiros será ainda mais um foco de atenção. Hoje, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) já força o tratamento responsável das informações dos pacientes. No entanto, com mais pessoas utilizando serviços digitais de saúde, essa preocupação deverá ser redobrada.</p>
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<p>"Os aplicativos sabem hoje onde você mora, onde você vive, o que você come. Tudo isso tem uma mudança grande. Começamos a ver hoje as primeiras etapas da proteção de dados, mas isso não foi explorado ao máximo e ainda vai gerar muita infraestrutura de soluções digitais. Com 5G, haverá uma infraestrutura de conexão mais distribuída e a nossa visão é que o paciente estará sempre conectado a um servidor médico para fazer acompanhamentos diários sobre seu estado de saúde", avaliou o CEO da Embratel.</p>
<p>Dentro deste novo contexto de conectividade, a medicina preventiva deve ganhar projeção, na opinião de Leandro Rubio. "Hoje, nosso sistema de saúde é totalmente reativo, hospitalocêntrico. Do ponto de vista para trazer o paciente mais próximo, a gente tem que usar todos os canais de comunicação que temos e a tecnologia 5G vai fazer com que os processos sejam muito mais eficientes. Vamos conseguir fazer com que a telessaúde, que abrange telemedicina, teleconsulta, telecirurgia, seja mais eficiente".</p>
<h3>Inteligência artificial</h3>
<p>Apesar de mecanismos de inteligência artificial (IA) na saúde já serem um debate há um tempo, ainda há muito a se desenvolver e explorar. No entendimento de Eduardo Cordioli, a IA, no extremo, deve deixar o médico um apertador de botão, mas com um detalhe: "só o médico que sabe qual botão apertar e quando. Com isso, ele vai ter muito espaço para exercer a sua humanidade".</p>
<p>Leandro Rubio entende que esse cenário de IA também desafia os profissionais da medicina a aprender sobre Data Science. "Hoje, o<span style="font-weight: 400;"> Data Science é de extrema importância para o médico hoje em dia, porque o médico vai ter que ser muito mais versátil do que ele já foi antes". </span></p>
<p>Isso esbarra, contudo, em questões de regulamentação. Atualmente, nem a telemedicina está totalmente regulada no Brasil. Durante a Covid-19, a prática foi liberada para o combate à pandemia.</p>
<p><span style="font-weight: 400;">"Acredito que existem N fatores do por quê a telemedicina não está tão regulada no Brasil. Mas, a verdade é que é direito pétreo  o acesso à saúde. Eu não consigo entender porque não pode fazer consulta à distância, no meu ponto de vista isso é imoral e antiético", completou o gerente do Einstein.</span></p>


Telemedicina

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JOTA

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