Marcílio Toscano Franca Filho

Douglas Quintale

Jocê Rodrigues

O Direito da Arte (Art Law, Diritto dell’Art, Kunstrecht, Droit de l’Art) compõe um subsistema jurídico complexo que se relaciona com muitas outras disciplinas jurídicas - civil, comercial, consumidor, penal, previdenciário, trabalhista, propriedade intelectual, tributário etc. -, mas que requer uma método-epistemologia peculiar, orientada a regular a criação, a circulação, o consumo e a proteção das obras de arte, bem assim definir direitos e deveres dos artistas, colecionadores, curadores, marchands, museus, etc.
Um texto aqui do JOTA já indicou uma <a href="https://bit.ly/2SGdcwo" target="_blank" rel="noopener noreferrer">bibliografia brasileira do Direito da Arte</a>. Agora, é a vez de recomendar 10 livros que estabelecem uma visão do Direito da Arte a partir do estrangeiro. Ou o que poderia ser o Direito Comparado da Arte.
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A lista foi construída a partir de critérios geográficos e temporais e pretende cobrir diferentes perspectivas metódicas e epistemológicas. Ei-los:
1) MONTEMAYOR, Giulio de ― Diritto d'Arte. Napoli: Ricciardi, 1909.
<img class="size-medium wp-image-233948 aligncenter" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2020/02/01-216x300.jpg" alt="" width="216" height="300" />
Professor e advogado italiano, Montemayor é um dos founding fathers do Direito da Arte no mundo. 
O livro, bastante abrangente, é uma das primeiras publicações dedicadas inteiramente ao assunto. Um clássico incontornável, ainda hoje lido e muito citado. Pode ser encontrado em boas bibliotecas acadêmicas ou, com alguma sorte, no https://www.abebooks.com/.
<a href="https://www.amazon.com.br/gp/product/8857217418/ref=as_li_tl?ie=UTF8&amp;camp=1789&amp;creative=9325&amp;creativeASIN=8857217418&amp;linkCode=as2&amp;tag=j04df-20&amp;linkId=dd4d3ef7466678b647822e848069659a" target="_blank" rel="noopener noreferrer">2) NEGRI-CLEMENTI, Gianfranco (ed.) ― Il Diritto Dell’Arte (3 vols.). Milão: Skira, 2012-2014.</a>
<img style="border: none !important; margin: 0px !important;" src="//ir-br.amazon-adsystem.com/e/ir?t=j04df-20&amp;l=am2&amp;o=33&amp;a=8857217418" alt="" width="1" height="1" border="0" /><a href="https://www.amazon.com.br/gp/product/8857217418/ref=as_li_tl?ie=UTF8&amp;camp=1789&amp;creative=9325&amp;creativeASIN=8857217418&amp;linkCode=as2&amp;tag=j04df-20&amp;linkId=0652c2f57a613e0c64eea546e021771c" target="_blank" rel="noopener noreferrer"><img class="aligncenter" src="//ws-na.amazon-adsystem.com/widgets/q?_encoding=UTF8&amp;MarketPlace=BR&amp;ASIN=8857217418&amp;ServiceVersion=20070822&amp;ID=AsinImage&amp;WS=1&amp;Format=_SL250_&amp;tag=j04df-20" border="0" /></a><img style="border: none !important; margin: 0px !important;" src="//ir-br.amazon-adsystem.com/e/ir?t=j04df-20&amp;l=am2&amp;o=33&amp;a=8857217418" alt="" width="1" height="1" border="0" />Composta de três volumes (“L’arte, il diritto e il mercato”, “La circolazione delle opere d’arte” e “La protezione del patrimonio artistico”), a obra cobre as principais áreas do direito da arte, com uma visão empresarial e contemporânea.
O autor, Gianfranco Negri-Clementi, foi um colecionador apaixonado e um advogado destacado. Seu escritório, tocado hoje pela filha Annapaola Negri-Clementi, após seu falecimento, tornou-se referência mundial em Art Law. Em 2017, Gianfranco Negri-Clementi publicou, pela editora Egea, um quarto volume que completa a trilogia original: “Economia dell'arte. Proteggere, gestire e valorizzare le opere d'arte”.
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Engana-se quem pensa, à primeira vista, que o livro do tamanho de um CD é superficial. A quantidade de informações, decisões e dicas é ideal para um contato inicial com as questões do Direito da Arte francófono. Martineau, aliás, tem o da comunicação: é responsável pelo interessante programa radiofônico “Parcours Sur L’art”, transmitido pela rádio “Fréquence Protestante FM 100.7”.
4) SERAFINO, Ana Teresa (et al.) ― Arte e Direito. Coimbra: Almedina, 2016.
<img class="size-medium wp-image-233950 aligncenter" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2020/02/04-209x300.jpg" alt="" width="209" height="300" />
O livro congrega advogados do tradicional escritório português PLMJ, um dos pioneiros do Direito da Arte em Portugal. Bastante completo, a publicação é uma das poucas que cuida da arbitragem de arte.
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<a href="https://www.amazon.com.br/gp/product/B00AWCT0CK/ref=as_li_tl?ie=UTF8&amp;camp=1789&amp;creative=9325&amp;creativeASIN=B00AWCT0CK&amp;linkCode=as2&amp;tag=j04df-20&amp;linkId=2941f4c5aaa61fb87eb5ed5f0f8b9099" target="_blank" rel="noopener noreferrer"><img class="aligncenter" src="//ws-na.amazon-adsystem.com/widgets/q?_encoding=UTF8&amp;MarketPlace=BR&amp;ASIN=B00AWCT0CK&amp;ServiceVersion=20070822&amp;ID=AsinImage&amp;WS=1&amp;Format=_SL250_&amp;tag=j04df-20" border="0" /></a><img style="border: none !important; margin: 0px !important;" src="//ir-br.amazon-adsystem.com/e/ir?t=j04df-20&amp;l=am2&amp;o=33&amp;a=B00AWCT0CK" alt="" width="1" height="1" border="0" />Até hoje considerado um dos mais completos guias para artistas, galerias, colecionadores, museus e advogados sobre contratos, impostos e outras questões práticas como leilões, trabalhos comissionados, revendas e transporte de obras de arte.
O livro teve sua primeira publicação em 1989 e vem sendo reeditado, ampliado e atualizado desde então. Hoje, encontra-se em sua quarta edição. Definitivamente, um best-seller.
<a href="https://www.amazon.com.br/gp/product/885723682X/ref=as_li_tl?ie=UTF8&amp;camp=1789&amp;creative=9325&amp;creativeASIN=885723682X&amp;linkCode=as2&amp;tag=j04df-20&amp;linkId=a7fa1fb1d26669cd317ec30d6bcb87fa" target="_blank" rel="noopener noreferrer">6) SEGNALINI, Silvia ― Dizionario Giuridico dell’Arte. Milão: Skira, 2010.</a>
<img class="size-full wp-image-233955 aligncenter" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2020/03/06.jpg" alt="" width="203" height="277" />
Segnalini, advogada e professora em Roma, produziu um manual de consulta rápida e eficiente, sob a forma de um prático dicionário. Contando com mais de 50 verbetes, a obra traz tópicos jurídicos relacionados à fotografia, instalações, performances, vídeo arte, land art e muitos outros.
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<a href="https://www.amazon.com.br/gp/product/1905464037/ref=as_li_tl?ie=UTF8&amp;camp=1789&amp;creative=9325&amp;creativeASIN=1905464037&amp;linkCode=as2&amp;tag=j04df-20&amp;linkId=e66387ddce90fc422e02e9e77059c4fa" target="_blank" rel="noopener noreferrer"><img class="aligncenter" src="//ws-na.amazon-adsystem.com/widgets/q?_encoding=UTF8&amp;MarketPlace=BR&amp;ASIN=1905464037&amp;ServiceVersion=20070822&amp;ID=AsinImage&amp;WS=1&amp;Format=_SL250_&amp;tag=j04df-20" border="0" /></a><img style="border: none !important; margin: 0px !important;" src="//ir-br.amazon-adsystem.com/e/ir?t=j04df-20&amp;l=am2&amp;o=33&amp;a=1905464037" alt="" width="1" height="1" border="0" />
Londres é uma das principais praças do mercado de arte do mundo, logo uma publicação inglesa não poderia faltar nesta lista. Nesta coleção de ensaios, escritos por acadêmicos e advogados gabaritados, se discute como as relações entre o direito e a arte também se moldam por meio de conflitos dentro dos tribunais.
Com estudos de casos emblemáticos, o livro organizado por McClean convida a importantes reflexões sobre o ônus e o bônus das intervenções concretas da lei sobre a produção artística. Em 2013, Céline Delavaux e Marie-Helène Vignes publicaram o interessantíssimo “Les Procès de l’Art”, que, dada a semelhança da abordagem, poderia ser o irmão francês do The Trials of Art.
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Uma das criadoras da Court of Arbitration for Art e contando com grande experiência em salas de aula e salas de audiência, Judith Prowda construiu um manual de referência internacional.
<a href="https://www.amazon.com.br/gp/product/9048600839/ref=as_li_tl?ie=UTF8&amp;camp=1789&amp;creative=9325&amp;creativeASIN=9048600839&amp;linkCode=as2&amp;tag=j04df-20&amp;linkId=b2d9251cbe392f2a7dbb4cf37b88b7d4" target="_blank" rel="noopener noreferrer">9) DEMARSIN, Bert; SCHRAGE, E. J. H.;TILLEMAN, Bernard; VERBEKE, Alain (eds.) ― Art and Law. Oxford: Hart, 2008.</a>
<img class="aligncenter wp-image-233959 size-medium" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2020/03/09-200x300.jpg" alt="" width="200" height="300" />
Um competente grupo de juristas belgas e holandeses ligado à Universidade de Louvain reuniu-se para produzir um volume que toca nas principais controvérsias e polêmicas do Direito da Arte. Bastante amplo e detalhado, além de cuidadosamente editado, trata-se de trabalho de fôlego.
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<img class="size-medium wp-image-233960 aligncenter" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2020/03/10-1-225x300.jpg" alt="" width="225" height="300" />
Mesmo tendo sido escrito na metade do século XX, trata-se de um dos mais completos guias sobre falsificação de obras de arte. Com vigor e atualidade, o autor discorre sobre os processos de pesquisa, autenticação e casos práticos de falsificações.
Sua atenta leitura proporciona o prazer de reconhecer a postura irônica de Kurz ao delinear os princípios que orientam os falsificadores em seus critérios de escolha do que falsificar: a escassez, a arrogância acadêmica e um interesse que se desdobre em uma demanda de mercado. Leitura obrigatória para reconhecer a complexidade que envolve o universo das falsificação e a devida autenticidade de obras de arte.

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