Luiz Orlando Carneiro

O carioca Duduka Da Fonseca, mestre da bateria, estrela maior do chamado samba jazz, chega em março próximo aos 70 anos, dos quais 45 vividos em Nova York. 
Lá ganhou fama à frente do Trio da Paz, integrado pelos também émigrés Romero Lubambo (guitarra) e Nilson Matta (baixo). E com eles gravou sete álbuns, o último dos quais intitulado simplesmente 30 (Zoho Music, 2016)), em comemoração de três décadas de sucesso.
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Paralelamente, o baterista-líder batizou o Brazilian Trio, com a substituição do guitarrista Lubambo pelo não menos notável pianista Hélio Alves – paulista de 54 anos, igualmente “novaiorquino”, mas que estudou e se diplomou, ainda bem moço, no Berklee College of Music de Boston.
Pois é no comando desta trinca, na formação mais clássica do jazz (piano-baixo-bateria), que o percussionista-compositor Da Fonseca reaparece nas lojas e plataformas virtuais com o CD Águas Brasileiras, o seu segundo para o selo Zoho. O primeiro, Forests, lançado pela mesma etiqueta em 2008, foi um dos seis discos selecionados na categoria “Best Latin Jazz” do Grammy daquele ano.
Na apresentação agora de Águas Brasileiras, o produtor Kabir Sehgal qualifica as performances do combo de “brilhantes, em termos de virtuosismo e vitalidade”. E acrescenta: 
<blockquote>“Você não vai ouvir três corpos, mas uma única alma em magnífica masterpiece musical”.</blockquote>
No novo álbum, de 53 minutos de duração, são interpretadas 10 peças, das quais sete de autoria dos próprios componentes do Brazilian Trio.
O baixista Nilson Matta assina a balada que dá título ao disco (3m50), além de Sampa 67 (6m05) e Baden (6m50) – esta uma lembrança do “imortal” violonista Baden Powel (1937-2000). 
O baterista Duduka compôs Maúcha na praia (3m40), tema dedicado à sua mulher, a vocalista Maúcha Adnet, e Mahattan style (4m30). O primoroso pianista Hélio Alves, por sua vez, colaborou com Aninha (5m) e Vila Madalena (5m).
A faixa mais longa da setlist é Black Orpheus Trilogy (9m50) – uma recriação, em forma de suíte, da música escrita por Tom Jobim e Luiz Bonfá para o filme Orfeu Negro, de Marcel Camus que, por sua vez, foi baseado na peça Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes. Os temas são: A felicidade, Manhã de carnaval e Samba de Orfeu.
As outras duas peças apresentadas pelo Brazilian Trio não têm nada em comum em matéria de autoria, mas sublinham ainda mais a versatilidade, a animação rítmica e o virtuosismo da trinca Duduka, Hélio &amp; Nilson. São elas: Boogie stop shuffle (5m), de Charles Mingus, e Asa branca (6m), aquele clássico baião da dupla Humberto Teixeira-Luiz Gonzaga.
<a href="https://www.amazon.com/%C3%81guas-Brasileiras-Brazilian-Trio/dp/B08HK1MR8W" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Samples deste CD</a>.
Faixa-título:
https://www.youtube.com/watch?v=Q0RbSNjIENw
Sampa 67:
https://www.youtube.com/watch?v=wfawXvYQa8A&amp;feature=youtu.be
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Duduka_da_Fonseca_2013

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JOTA

Na trinca de ases os também 'nova-iorquinos' Hélio Alves e Nilson Matta

O Brazilian Trio de Duduka Da Fonseca em Águas Brasileiras

Na trinca de ases os também 'nova-iorquinos' Hélio Alves e Nilson Matta