Daniel Marcelino

Luciano Padua

Mais da metade dos deputados federais são favoráveis à privatização da Eletrobras. Pesquisa parlamentar do JOTA mostrou que 54,5% dos parlamentares apoiam a desestatização da empresa pública — 40,8% dos deputados são contrários e 4,7% “nem contra nem a favor”.
Os números fazem parte da mais recente pesquisa JOTA/Ibpad feita com deputados e divulgada na íntegra e de forma antecipada para clientes <a href="https://www.jota.info/pro">JOTA Pro</a>.
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<img class="aligncenter wp-image-228123 size-full" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2020/01/pesquisa-eletrobras.png" alt="" width="907" height="487" />A pesquisa parlamentar do JOTA mostra que os deputados federais têm visões distintas sobre a privatização de diferentes estatais.
<a href="https://www.jota.info/legislativo/caixa-privatizacao-deputados-20012020">A maioria é contra privatizar a Caixa, mas é favorável à desestatização do Banco do Brasil.</a> Além disso, menos da metade dos deputados apoia a <a href="https://www.jota.info/legislativo/petrobras-privatizacao-deputados-21012020">privatização da Petrobras</a>.
Os deputados também mostraram que estão divididos quanto à <a href="https://www.jota.info/legislativo/privatizacao-dos-correios-serpro-deputados-22012020">privatização dos Correios e mais da metade rejeita a hipótese para o Serpro</a>.
<h3>Privatização da Eletrobras</h3>
<blockquote class="jota-article__eye">A maior proporção de favoráveis à privatização da Eletrobras está na base governista. Entre os deputados dos partidos da base, 72,9% são favoráveis, 22,9%, contrários, e 4,2% se declaram “nem contra nem a favor”.</blockquote>
Na oposição, 92,6% são contrários à desestatização da estatal de serviço postal, enquanto 7,4% “nem contra nem a favor”.
Já entre o grupo de deputados classificados como swing voters pelo JOTA, 65,3% são contrários a privatizar os Correios, 30,6%, a favor, e 4,1% “nem contra nem a favor”.
<h3>Privatização da Eletrobras</h3>
Na Câmara, tramita o <a href="https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2228666">PL 5877/19</a>, que viabiliza a desejada capitalização da Eletrobras. Proposto pelo governo apenas em novembro depois de intensa cobrança do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o projeto está totalmente paralisado desde o fim do ano passado.
Maia sequer assinou despacho que define o regime de tramitação do projeto na Câmara. E o governo não sinaliza nenhum movimento de pressão para que a paralisia seja superada.
A expectativa era de criação imediata de uma comissão especial – nos moldes do que foi feito com o projeto de privatização do ex-presidente Michel Temer – com prazo exíguo de análise da versão Bolsonaro, mas o presidente da Câmara resiste em liberar o texto para o colegiado até conseguir um acordo político em torno do tema.
As bancadas de Minas Gerais e parte expressiva do Nordeste são contrários ao projeto, e Maia aspira construir um entendimento pelo menos de procedimentos que evite conflitos – e risco de problemas em outras votações – com bancadas que reúnem 195 votos em plenário.
Com o fim das pressões impostas à Câmara em 2019 no caráter de prioridades (previdência e depois saneamento) e com a volta dos trabalhos, Maia terá tempo durante fevereiro – mês tradicionalmente é “morno” em votações polêmicas por causa das negociações partidárias para divisão do comando das comissões permanentes – para a costura política.
Cotado para ser o relator do projeto, o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM-PE) deve entrar nas conversas para ajudar na construção de entendimento com os nordestinos.
<h3>Pesquisa parlamentar</h3>
Em dezembro, foram ouvidos 155 parlamentares. A amostra foi estratificada por grupos de partidos (base, oposição e swing voters). O sorteio foi realizado antes da coleta e, posteriormente, o JOTA fez um modelo de pós-estratificação para garantir o balanceamento.
O JOTA acredita que, em uma população pequena como a de 513 deputados, fazer uma amostragem por ponto de fluxo, pegando deputados dispostos a responder nos corredores da Câmara, insere vieses não amostrais nos resultados. Por isso, o time de dados utiliza uma metodologia própria de amostragem e estratificação.
A pesquisa parlamentar do JOTA mostrou que <a href="https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/71-dos-deputados-acreditam-que-reforma-tributaria-sai-no-primeiro-semestre-06012020">71% dos deputados acreditam numa aprovação</a> da reforma tributária no primeiro semestre deste ano e também monitorou apoio de parlamentares a benefícios fiscais para determinas setores. Mais de 70% dos deputados se disseram a favor de <a href="https://www.jota.info/legislativo/medicamentos-72-dos-deputados-sao-favoraveis-a-beneficios-fiscais-14012020">benefícios fiscais para medicamentos</a> e 54%, a <a href="https://www.jota.info/legislativo/planos-de-saude-deputados-15012020">planos de saúde</a>.
Em outras áreas, a pesquisa parlamentar identificou que 64% dos parlamentares se declararam favoráveis a benefícios fiscais para <a href="https://www.jota.info/legislativo/beneficios-fiscais-alimentos-deputados-08012020">operações com alimentos</a>, 66%, a benefícios fiscais para o setor de <a href="https://www.jota.info/legislativo/saneamento-deputados-beneficios-fiscais-09012020">saneamento básico</a>, e 67% apoiam benefícios fiscais ao<a href="https://www.jota.info/legislativo/transporte-publico-beneficios-fiscais-deputados-10012020"> transporte público coletivo urbano</a>. Além disso, 76% dos parlamentares são favoráveis a incentivos fiscais para o <a href="https://www.jota.info/legislativo/deputados-beneficios-fiscais-para-educacao-13012020">setor de educação</a>.

Eletrobras

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JOTA

JOTA divulgou ao longo da semana o apoio de parlamentares à desestatização de outras cinco empresas públicas

Privatização da Eletrobras: 54,5% dos deputados são favoráveis

Além da privatização da Eletrobras, JOTA divulgou ao longo da semana o apoio de parlamentares à desestatização para outras cinco estatais