O juiz federal Sérgio Moro decidiu, nesta terça-feira (19/07), que o material de busca e apreensão da 26ª fase da Lava Jato, denominada de Operação Xepa, ainda não está maduro o bastante para ser compartilhado com o Ministério Público de São Paulo, que fez a solicitação de compartilhamento em maio.
O pedido do Ministério de São Paulo, que foi indeferido por Moro, visava instaurar inquérito para investigar indícios de enriquecimento ilícito. Os alvos são o diretor de contrato da Odebrecht Infraestrutura, Antônio Roberto Gavioli, o vice presidente do Corinthians, André Luiz de Oliveira, o André Negão, além da construtora Odebrecht e a prefeitura municipal de São Paulo.
Na decisão o juiz Moro aponta que "prosseguem as investigações locais do MPF e da autoridade policial sobre o material apreendido na Odebrecht e com pessoas a ela associadas”. Por esta razão o material ainda não pode ser compartilhado.
A operação Xepa foi deflagrada em março e mirou em investigações sobre possível esquema de contabilidade paralela no âmbito do Grupo Odebrecht. A força tarefa da Lava Jato suspeita de pagamento de propinas em função de variadas obras públicas e que se estenderam até novembro de 2015, quase um ano após a deflagração da Lava Jato e da prisão do presidente do grupo, Marcelo Odebrecht.
Cerca de 380 policiais federais atuaram na operação Xepa para cumprir 108 mandados judiciais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Minas Gerais, Pernambuco e no Distrito Federal.
Na decisão o juiz Moro considera o compartilhamento prematuro.
"Poderia gerar superposição de investigações”, finaliza.