Andreu Wilson

Meg Cirilo

Tayná Carneiro

Este é um título estranho para uma coluna de estreia, certo? Mas temos uma ótima explicação para isso, vocês vão ver. 
Antes de chegarmos lá, vamos nos apresentar.
Nós somos a Organização Pela Equidade Negra (OPEN), um coletivo de advogadas e advogados negros que se conheceu e se irmanou/aquilombou em razão de uma preocupação comum: a promoção de políticas de diversidade e inclusão (D&amp;I) na advocacia empresarial, tanto em grandes escritórios quanto em empresas.
<a href="https://conteudo.jota.info/poder-contato"><img class="size-medium wp-image-292717 aligncenter" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2021/01/jota-pro-poder.jpg" alt="" width="688" height="688" /></a>
O ponto comum das trajetórias dos membros da OPEN é a conjugação de elevados graus de formação acadêmica, inserção profissional, capacidade técnica e solidão. Sim, a solidão de perceber-se um dos poucos ou o único negro no seu escritório de advocacia, sua empresa, seu programa de pós-graduação ou até mesmo em sua área de atuação.
Felizmente, a irresignação dos membros da OPEN com tal estado de coisas não nos causou apenas frustração e raiva, mas serviu como estímulo para a criação de uma advocacia mais diversa. Individualmente, cada membro se dedicava a orientar as novas gerações de estagiários e advogados, atuar em comitês de diversidade, atuar como o Chief Diversity Officer (CDO) em suas organizações e/ou contribuir para a ampliação de programas de D&amp;I existentes.
Dessa atuação destacada e voluntariosa resultou a expansão do Projeto Incluir Direito para o Rio de Janeiro, tendo como instituição parceira a PUC-Rio, começando em breve a segunda edição do programa de qualificação profissional de graduandos negros, com o objetivo de facilitar sua inserção na advocacia empresarial, e que propiciou a contratação de dezenas de jovens por alguns dos maiores escritórios de advocacia do país.
Separados, fizemos muito. Cada vida tocada; cada estudante que vislumbra na advocacia uma oportunidade de se afirmar tecnicamente e ascender socialmente; cada pessoa acolhida quando diminuída, assediada ou discriminada em razão da sua raça; cada pessoa que se inspira a concorrer para aquela oportunidade “impossível” e se surpreende por consegui-la, por mais doloroso que seja, vale muito a pena.
Mas não é o suficiente. Nada menos que isonomia e respeito real é satisfatório. Por isso nos doamos tanto, quer com palestras, mentorias, artigos, aulas ou assessorando empresas e escritórios a melhorarem as suas estratégias de contratação, retenção e promoção de talentos negros. Doa-se muito tempo e saúde (física e emocional) para construir uma advocacia mais diversa e inclusiva, na qual sejamos julgados como realmente somos: diversos, com talentos múltiplos, pontos fortes e fracos. Ou seja, simplesmente humanos.
<blockquote class="jota-article__eye">Se fizemos muito quando separados, acreditamos que a congregação e coordenação de nossos esforços revolucionará a advocacia, tornando-a mais diversa e inclusiva.</blockquote>
Enfim, um ambiente no qual sua raça não seja um obstáculo para o desenvolvimento de trajetórias brilhantes, no qual o assédio e a discriminação racial sejam proscritos.
Nós somos a OPEN.
Nós queremos revolucionar a advocacia.
Você também pode se juntar a nós.
E esta é a nossa primeira e última coluna falando sobre diversidade e inclusão!
Surpresos? Não fiquem.
Promover diversidade e inclusão na advocacia é uma paixão, um privilégio e um dever com as novas gerações.  A paixão de mudar vidas para melhor, promovendo oportunidades de ascensão social e profissional, sabendo que os efeitos de nossa atuação ressoarão por gerações, quem sabe livrando uma família inteira do convívio com a privação material. O privilégio de ocupar uma posição profissional que permita influenciar a criação e a melhoria dos processos de seleção, desenvolvimento, retenção e promoção de mentes brilhantes em nossas organizações. E o dever de assegurar que as novas gerações não passem pelas mesmas dificuldades enfrentadas por nós. Aos jovens, desejamos que tenham carreiras incríveis, somente limitadas por suas escolhas pessoais e não em razão de preconceito e falta de oportunidades de mostrar os seus talentos.
Nós somos tudo isso e muito, muito mais. Por isto esta é a nossa última coluna sobre diversidade e inclusão. 
Vozes Negras no Direito devem ser ouvidas o ano inteiro, não apenas em novembro, e sobre quaisquer assuntos que sejam capazes de contribuir tecnicamente para o debate jurídico, não apenas sobre racismo e diversidade e inclusão.
Somos um grupo eclético de advogados e advogadas, com notável formação acadêmica e consolidada expertise nas mais diversas áreas do Direito. 
Quinzenalmente, traremos uma outra visão sobre temas jurídicos em discussão, não necessariamente (mas sempre que possível!) racializando o debate, e buscando, sem exceção, originalidade e apuro técnico. 
 Vocês têm referências de advogados negros fora dos debates sobre racismo e diversidade e inclusão? Se não tiverem, ao longo dos próximos meses, vocês verão um conjunto brilhante de profissionais escrevendo sobre os temas em que são especialistas.
Leiam, comentem e compartilhem os textos de profissionais negros que vocês admirem. Juntos, nós colunistas e vocês leitores, normalizaremos a ideia de termos um advogado negro como referência técnica em Direito Minerário ou Arbitragem, uma mulher negra como a pessoa que você espera ansiosamente as impressões sobre uma alteração na legislação ambiental ou como a coordenadora acadêmica daquele curso que você quer tanto fazer.
Nós somos a OPEN.
Nós vamos revolucionar a advocacia.
Junte-se a nós.
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O episódio 52 do podcast Sem Precedentes discute os bastidores e as desconfianças envolvendo o caso Lula no Supremo Tribunal Federal. Ouça:
https://youtu.be/1T8EYyNCQeM
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JOTA

Vozes Negras no Direito devem ser ouvidas o ano inteiro e sobre quaisquer assuntos

Nossa última coluna sobre Diversidade e Inclusão

Vozes Negras no Direito devem ser ouvidas o ano inteiro e sobre quaisquer assuntos