Luiz Orlando Carneiro

Estrela brilhante do chamado samba jazz, o baterista carioca Duduka da Fonseca comemorou recentemente 70 anos, dos quais mais de 45 muito bem vividos em Nova York. Lá se projetou no comando do Trio da Paz (Romero Lubambo, guitarra; Nilson Matta, baixo.), com o qual gravou sete álbuns. Paralelamente, formou o Brazilian Trio, trocando Romero Lubambo pelo não menos afamado e também “novaiorquino” pianista Helio Alves..
No ano passado, o baterista acolheu reivindicação do guitarrista Vinicius Gomes e do baixista Gili Lopes – dois músicos bem mais moços já com promissoras carreiras lá fora – e com eles formou o “Quarteto Universal”. O outro membro do novo combo não podia deixar de ser o pianista Alves, 55 anos, que tem também significativas credenciais como líder. 

Yes!!! - assim mesmo, com três pontos de exclamação – é o título do CD de estreia do Quarteto Universal, gravado em estúdio para o selo Sunnyside, em abril do corrente ano. São quase 55 minutos de música encantadora a partir de 10 temas, dos quais seis do cancioneiro brasileiro dos tempos da “bossa nova”, mais quatro originais assinados, respectivamente, por Duduka (Dona Maria), Gili (West 83rd Street), Vinicius (Êxodo) e Helio (Bebe).
Perguntei ao pianista-líder a razão de ser do nome do quarteto e o do título do álbum. E ele assim explicou:
“A ideia de ‘Universal’ veio da vontade de fazer uma música que amo, mas que fosse acessível não só a uma elite, mas para o maior número de pessoas possível. Uma música sofisticada e ao mesmo tempo acessível, sem querer ser pretensioso.
A ideia do título ‘YES!!!’, é outra história. Durante a pior fase da pandemia, que foi devastadora e muito triste no mundo todo, a maioria dos músicos ficou sem trabalho. Quando as coisas começaram a melhorar e os amigo(a)s começaram a postar nas redes sociais que iriam trabalhar (gigs) aqui ou ali, eu comecei a botar a palavra YES!!!, para sinalizar uma coisa positiva, depois de tanto sufoco… Passou um tempo, e as pessoas gostaram muito do YES!!!, que acabou virando minha trade mark. Quando foi a hora de escolher o nome do disco, eu não pensei duas vezes…”
Os temas de “repercussão geral” selecionados por Duduka, jazzificados em head arrangements e solos bem variados (inclusive, é claro, de bateria) são os seguintes: Samba novo (Durval Ferreira); Transition (Dom Salvador); Lila (Milton Nascimento); Montreux (Hermeto Pascoal); Viver de amor (Toninho Horta); A correnteza (A.C. Jobim e Luiz Bonfá).
(Ouça Samba novo: <a href="https://sunnysiderecords.bandcamp.com/track/samba-novo" target="_blank" rel="noopener" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://sunnysiderecords.bandcamp.com/track/samba-novo&amp;source=gmail&amp;ust=1666448756594000&amp;usg=AOvVaw3DiMlHhHlx135LOlz8MD-8">https://sunnysiderecords.bandcamp.com/track/samba-novo</a>)
(Samples do CD: <a href="https://music.apple.com/br/album/yes/1645195599" target="_blank" rel="noopener" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://music.apple.com/br/album/yes/1645195599&amp;source=gmail&amp;ust=1666448756594000&amp;usg=AOvVaw3Do4MYUptyKbujBC_ocAnn">https://music.apple.com/br/album/yes/1645195599</a>)

duduka da fonseca

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JOTA

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