Luiz Orlando Carneiro

Wes Montgomery (1923-1968) foi um dos maiores guitarristas de jazz de todos os tempos. No referencial The Rough Guide to Jazz (1995), Brian Priestley vai mais além, qualificando-o de, “sem dúvida, o mais completo guitarrista desde a emergência de Charlie Christian (1916-1942)”.
Embora ele tenha deixado uma discografia de 30 títulos como líder, dos quais oito póstumos, é sempre relevante a descoberta de registros inéditos de sua lavra. Sobretudo quando se trata de uma gravação com duas outras excelências, quais sejam: o saxofonista tenor Johnny Griffin (1928- 2008) e o pianista francês de renome mundial Martial Solal, hoje com 93 anos.
<a href="https://conteudo.jota.info/jota-pro-tributos?utm_source=Banner%20site&amp;utm_medium=Artigos&amp;utm_campaign=CTA_Tributos_materias" rel="attachment wp-att-291213"><img class="size-medium wp-image-291213 aligncenter" src="https://www.jota.info/wp-content/uploads/2021/01/jota-pro-tributos-v2.jpg" alt="" width="300" height="300" /></a>Esses três jazz giants poderão agora ser ouvidos à frente de um oiteto completado pelos seguintes músicos europeus, todos já falecidos: os ingleses Ronnie Scott (sax tenor), Ronnie Ross (sax barítono) e Ronnie Stephenson (bateria); o austríaco Hans Koeller (sax alto); o francês Michel Gaudry (baixo).
Gravado em abril de 1965 – portanto há mais de meio século - o álbum agora em lançamento pelo selo Jazzline intitula-se Wes Montgomery/The NDR Hamburg Studio Recordings (Live). E apresenta o já famoso guitarrista – que estava em turnê pela Europa - na liderança de um all star combo, e que foi reunido para uma apresentação no canal de televisão NDR.
A arte de Wes pode ser apreciada num contexto praticamente orquestral, os quatro saxofonistas atuando como uma verdadeira seção de palhetas, antes e depois dos solos, como se pode ouvir e ver no vídeo feito quando da gravação da faixa Last of the wine (7m20), um tema do baritonista Ross. E atenção especial para o solo final do magnífico Martial Solal. 
(Vídeo do ensaio do oiteto de Wes Montgomery tocando o tema Last of the wine :
<a href="https://www.youtube.com/watch?v=FjRta-aC9rE" target="_blank" rel="noopener noreferrer" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://www.youtube.com/watch?v%3DFjRta-aC9rE&amp;source=gmail&amp;ust=1616247162542000&amp;usg=AFQjCNExeRL-Ic-KBAf4P6XRfJAlgbHWuA">https://www.youtube.com/watch?v=FjRta-aC9rE</a>)
(Samples do álbum:
<a href="https://music.apple.com/us/album/the-ndr-hamburg-studio-recordings-live/1542250092" target="_blank" rel="noopener noreferrer" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://music.apple.com/us/album/the-ndr-hamburg-studio-recordings-live/1542250092&amp;source=gmail&amp;ust=1616247162542000&amp;usg=AFQjCNHAq9YE99atYxqeVtx7tujPU8Kzeg">https://music.apple.com/us/album/the-ndr-hamburg-studio-recordings-live/1542250092</a>)
<h3>Grammy: Chick Corea e Maria Schneider </h3>
Não deu outra. O “canonizado” pianista-compositor Chick Corea, falecido em fevereiro último, aos 79 anos, foi mais uma vez o principal premiado do Grammy 2020/2021 na área jazzística. O CD duplo Trilogy 2 (Concord) - em trio com Christian McBride (baixo) e Brian Blade (bateria) – foi o vencedor nas categorias “Best Instrumental Album” e “Best Improvised Jazz Solo” (nesta por conta da faixa All blues, de 11m35).
Corea já tinha na sua casa uma coleção de 23 “gramofones dourados”, dos quais os dois últimos (2014/2015) lhe tinham sido conferidos para premiar o primeiro Trilogy, com os mesmos notáveis sidemen, num total de 17 faixas em três volumes.
A viúva do virtuose do teclado, Gayle Moran, recebeu os prêmios, virtualmente, na cerimônia de domingo passado (14/3) realizada em Los Angeles. E afirmou muito emocionada que a missão dele na vida foi “manter acesas as brilhantes chamas da música”.
(Samples de Trilogy 2 em: <a href="https://music.apple.com/br/album/all-blues-live/1477683289?at=11l64h&amp;ct=top-charts&amp;i=1477683505&amp;uo=4&amp;app=music" target="_blank" rel="noopener noreferrer" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://music.apple.com/br/album/all-blues-live/1477683289?at%3D11l64h%26ct%3Dtop-charts%26i%3D1477683505%26uo%3D4%26app%3Dmusic&amp;source=gmail&amp;ust=1616247162542000&amp;usg=AFQjCNHB8LQPLKZ2s9UyKpG36LLcQr9Odg">https://music.apple.com/br/album/all-blues-live/1477683289?at=11l64h&amp;ct=top-charts&amp;i=1477683505&amp;uo=4&amp;app=music</a>)
Na categoria “Best Last Ensemble” do Grammy 2020/2021 também não houve surpresa. A vencedora foi a compositora-arranjadora Maria Schneider, 60 anos. Ela é a primeira colocada, desde a década de 1990, no ranking de líder da melhor e mais sofisticada das orquestras do jazz contemporâneo, com música documentada em nove títulos, dos quais os dois últimos receberam o cobiçado troféu: The Thompson Fields (2015/2016), e agora Data Lords – ambos editados pelo selo de La Schneider (ArtistShare). Maria foi igualmente escolhida como o(a) autor(a) da “Melhor composição instrumental”: Sputnik (8m40), faixa do mesmo álbum duplo dessa sua big band.
(Samples de Data Lords em: <a href="https://www.mariaschneider.com/home/albuminfo?id=1083" target="_blank" rel="noopener noreferrer" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://www.mariaschneider.com/home/albuminfo?id%3D1083&amp;source=gmail&amp;ust=1616247162542000&amp;usg=AFQjCNGEiuSyc-d6FBmywTHKtyIHQwIT4Q">https://www.mariaschneider.com/home/albuminfo?id=1083</a>)

wes montgomery

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JOTA

Chick Corea, falecido em fevereiro, foi mais uma vez o principal premiado do Grammy na área jazzística

'Arqueologia': Wes Montgomery, Johnny Griffin & Martial Solal (1965)

Chick Corea, falecido em fevereiro, foi mais uma vez o principal premiado do Grammy na área jazzística