Luiz Orlando Carneiro

O eminente pianista Kenny Barron está comemorando o seu 75º aniversário com o lançamento, pelo selo Blue Note, do álbum Concentric Circles – uma seleção de 10 faixas no comando de um quinteto integrado por Mike Rodriguez (trompete), Dayna Stephens (sax tenor), Jonathan Blake (bateria) e Kiyoshi Kitagawa (baixo). Como encore, uma interpretação solo (4m45) de Reflections, de Thelonious Monk.
Há mais de duas décadas, Barron está sempre no topo das listas dos melhores pianistas de jazz em atividade nas eleições promovidas pelas revistas e sites especializados. Nos três últimos anos liderou ojazz critics poll da Downbeat, à frente de Fred Hersch e Brad Mehldau. Em 2010, foi sagrado jazz master pela National Endowment for the Arts (NEA), por “conjunto de obra”, como intérprete, compositor e educador (Manhattan School of Music e Juilliard School).
Vale lembrar que Kenny Barron – com o seu estilo bop elegante, insinuante - começou a ser admirado quando, ainda bem moço, substituiu Lalo Schifrin no quinteto de Dizzy Gillespie (1963-66). Consolidou o seu prestígio no conjunto Sphere, que era liderado pelo saxofonista Charlie Rouse, e dedicado à recriação das composições de Thelonious Sphere Monk. Consagrou-se como o pianista predileto do saxofonista Stan “The Sound” Getz até a morte deste, em 1991.
Sobre o seu novo CD Concentric Circles, o primeiro para a Blue Note, Barron diz que há muito tempo estava a fim de gravar com um quinteto “para ter a oportunidade de compor mais”. E não fez por menos. Nove dos 11 temas do programa são de sua autoria, a partir da alegre faixa-título de 7m25, que o conjunto interpreta num primeiro bloco de quatro peças que inclui: DPW (4m50), uma homenagem bem bop ao Ditmas Park West, no Brooklyn, onde ele vive; Blue waters (5m40), bluesy, em 6/8; a balada A short journey (5m30).
Além da monkiana Reflections, só Aquele frevo axê (8m15), de Caetano Veloso-César Mendes, não é da lavra do pianista-líder, que muito aprecia a ginga da música popular brasileira. Basta lembrar o álbum Kenny Baron &amp; The Brazilian Knights (Sunnyside), de 2012, no qual os “cavaleiros brasileiros” eram os notáveis Sérgio Barroso (baixo), Rafael Barata (bateria), Lula Galvão (violão), Idriss Boudria (sax alto), Maurício Einhorn (gaita) e Claudio Roditi (trompete, flugelhorn).
Em Concentric Cicles, os novaiorquinos Mike Rodriguez, 38 anos, do Queens, e Dayna Stephens, 39, do Brooklyn, reafirmam a condição de rising stars do trompete e do saxofone, respectivamente. Eles têm espaço bastante para solos e trocas de ideias cativantes, principalmente em Von Hagman (4m45) e L's bop (5m55); em Baile (5m15), de batida caribenha; e em Aquele frevo (com Rodriguez no flugelhorn).
(Samples do álbum Concentric Cicles em: <a href="http://itunes.apple.com/fr/album/concentric-circles/1353873537?l=en" target="_blank" rel="noopener" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?hl=pt-BR&amp;q=http://itunes.apple.com/fr/album/concentric-circles/1353873537?l%3Den&amp;source=gmail&amp;ust=1530396678123000&amp;usg=AFQjCNEbJHE-EUuSNwBsHQ2VpuqWAGq5RA">itunes.apple.com/fr/album/concentric-circles/1353873537?l=en</a>)

LUIZE

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JOTA

Pianista-compositor lidera quinteto, e assina nove das 11 faixas do álbum

Mestre Kenny Barron celebra 75 anos em Concentric Circles

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