Luiz Orlando Carneiro

Em março de 2018, a revista Downbeat dedicou a matéria de capa ao guitarrista Julian Lage, então com 30 anos, por ocasião do lançamento do CD Modern Lore (Mack Avenue), em trio com Scott Colley (baixo) e Kenny Wollesen (bateria). Atenta à fama crescente do virtuose das seis cordas, a etiqueta Blue Note não esperou muito para incluí-lo no rol de suas estrelas. E confirmou para este início de junho o release do álbum Squint, gravado por Lage em agosto do ano passado, ao lado do baterista Dave King (aquele do trio Bad Plus) e do baixista Jorge Reeder.
Quando tinha 12 anos, o “garoto-prodígio” de formação clássica e já adepto do jazz tocou na festa de premiação do Grammy. Depois de estudar no Conservatório de San Francisco e de graduar-se pelo Berklee College of Music, em Boston, ele começou a atuar como sideman de músicos do renome de John Zorn, Gary Burton, Dave Douglas e Charles Lloyd.
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Agora, em Squint, o guitarrista assina a faixa-título e outras oito composições que mantêm como clima ainda predominante, em termos de “temperatura e pressão”, as raízes da chamada “Americana”. Ou seja, o blues, a música country e até a batida 2/4 seca do rock – neste caso em Saint Rose (4m35), referência expressa à cidade californiana vinícola onde nasceu.
O próprio músico explica que as raízes do novo CD foram “semeadas” durante a residência de seis noites do seu trio, em janeiro do ano passado, no Village Vanguard – a “catedral” novaiorquina do jazz. Mas a gravação em estúdio, em Nashville, só começou em agosto, por causa do lockdown imposto pela Covid-19, mas que lhe deu então a "oportunidade de mexer nos novos temas". A começar pelo primeiro do repertório, Etude (2m35), interpretado solo, sem apoio da seção rítmica.
As outras duas faixas assinadas por Lage, e já liberadas para audição, são: Boo’s blues (3m25), também na pulsação do backbeat; Familiar flower (4m), dedicada ao grande saxofonista e jazz master Charles Lloyd. Os dois únicos títulos não originais constantes do CD Stint são de canções bem antigas: Call of the canyon, de Billy Hill, lá da década de 1930; a mais conhecida Emily, de Johnny Mandel, dos anos 60.
A propósito, o brilhante guitarrista está na capa da edição deste mês de junho da revista inglesa Jazzwise, uma das publicações especializadas mais lidas e influentes da Europa.
Boo´s blues: 
https://www.youtube.com/watch?v=-MI7oBlIGEU
Saint Rose: 
https://www.youtube.com/watch?v=ZyyEwd--KNk
Family flower: 
https://www.youtube.com/watch?v=7oyWZ5705Hk
Etude:
<a href="https://music.youtube.com/watch?v=SHodOyRRnJ4&amp;list=RDAMVMSHodOyRRnJ4">https://music.youtube.com/watch?v=SHodOyRRnJ4&amp;list=RDAMVMSHodOyRRnJ4</a>

Julian Lage

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JOTA

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