Luiz Orlando Carneiro

A Resonance Records é uma etiqueta sem fins lucrativos, fundada em 2008, e sustentada pela Rising Stars Foundation, instituição que tem à frente o veterano pesquisador George Klabin e o produtor Zef Feldman. 
Com o tempo, o selo californiano passou a se dedicar, quase exclusivamente, a descobrir e revelar “elos perdidos” na “cadeia evolutiva” contida na discografia de figuras exponenciais do jazz dito moderno.
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Este é o caso do CD duplo Bill Evans: Live at Ronnie Scott’s, registro até então inédito, de 20 faixas gravadas naquele clube londrino em noites de julho de 1968. No ano passado, a Resonance tinha revelado uma sessão de 1969 do trio do inesquecível pianista (1929-1980), com Eddie Gomez (baixo) e Marty Morel (bateria), naquele mesmo palco. Mas não havia ainda uma gravação ao vivo da “residência” do trio de Evans no ano anterior, quando o baterista era ainda o magnífico Jack DeJohnette – que só ficou seis meses com o pianista, contratado que foi pelo trompetista Miles Davis para aquele conjunto “elétrico” de Bitches Brew (Columbia).
Pinçadas em arquivos de DeJohnette (ainda mais ou menos ativo, aos 78 anos) as faixas só agora divulgadas foram devidamente selecionadas e “limpas” pela equipe de Feldman. E o jazzmaster assim comentou a qualidade da gravação recuperada: 
<blockquote>
“A música estava realmente num alto nível de criatividade, e fico muito feliz por tê-la documentado. O tape estava bastante bom para ser restaurado pela Resonance... Realmente uma chance para ouvir Bill no seu auge”.
</blockquote>
As duas faixas mais longas da setlist desse Live at Ronnie Scott’s são interpretações de temas caríssimos a Bill Evans e seus acólitos, assim como aos jazzófilos de então e de hoje: Someday my prince will come (6m25), daquele filme Branca de Neve e os Sete Anões, de Walt Disney, década de 1930; Round midnight (6m50), obra imortal de Thelonious Monk, de 1944.
O crítico inglês Brian Priestley, que é também pianista, assistiu a noites daquela “residência” do trio no Ronnie Scott, lá se vão mais de 50 anos. E destacou nas notas escritas para o registro só agora disponível que as performances são realmente “envolventes, às vezes irresistíveis, de alta qualidade musical”. 
Além dos já acima citados, outros momentos “irresistíveis” da seleção do álbum duplo da Resonance são as versões de: Nardis (5m20), de Miles Davis; Waltz for Debby (5m), de Scott LaFaro; Very early (5m), de Bill Evans. Dentre os standards do repertório do inesquecível trio merecem atenta audição as interpretações de Stella by starlight (4m) e Embraceable you (6m). e Yesterdays (4m50).
A capa das edições desse “achado arqueológico”(CD ou vinil) é também irresistível. Trata-se de uma litografia igualmente inédita do legendário David Stone Martin (1913-1992), que captou em ação jazzmen famosos do seu tempo em LP covers hoje clássicas.
(Samples liberados deste álbum duplo em: <a href="http://www.newreleasesnow.com/album/bill-evans--live-at-ronnie-scotts-cd" target="_blank" rel="noopener noreferrer" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=http://www.newreleasesnow.com/album/bill-evans--live-at-ronnie-scotts-cd&amp;source=gmail&amp;ust=1607204380526000&amp;usg=AFQjCNH35ztMZXfbRG2mTwO8_9KMCKj9Rw">http://www.newreleasesnow.com/album/bill-evans--live-at-ronnie-scotts-cd</a> e <a href="https://billevansjazz.bandcamp.com/" target="_blank" rel="noopener noreferrer" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://billevansjazz.bandcamp.com/&amp;source=gmail&amp;ust=1607204380526000&amp;usg=AFQjCNGf0x1j0dFGQ1vpIJMplLnJy3ERcw">https://billevansjazz.bandcamp.com/</a>)
(Samples de todas as faixas em: <a href="https://www.amazon.com/Ronnie-Scotts-DeJohnette-Evans-feat/dp/B08NR685GK" target="_blank" rel="noopener noreferrer" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://www.amazon.com/Ronnie-Scotts-DeJohnette-Evans-feat/dp/B08NR685GK&amp;source=gmail&amp;ust=1607204372641000&amp;usg=AFQjCNGwXwHI91505q78w1udrnKM-6q-jg">https://www.amazon.com/Ronnie-Scotts-DeJohnette-Evans-feat/dp/B08NR685GK</a>)

Bill_Evans_1969

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Arqueologia jazzística: Bill Evans Live at Ronnie Scott's (1968)

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