Luiz Orlando Carneiro

Aos 34 anos, Aaron Diehl é tido pela crítica especializada como um dos mais refinados pianistas surgidos na cena jazzística a partir da sua “descoberta” por Wynton Marsalis. Ele integrou o septeto do grande trompetista e diretor da Lincoln Center Jazz Orchestra e, em 2012, já na condição de líder, gravou para a Mack Avenue Records o CD The bespoke Man’s Narrative. Em 2015, confirmou os seus dotes excepcionais no álbum Space Time Continuum, ao lado de ilustres convidados bem mais velhos, entre os quais os saxofonistas Benny Golson e Joe Temperley.
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Aaron Diehl retorna agora às lojas e plataformas virtuais, sempre pela Mack Avenue, com uma seleção de 11 faixas (uma hora e quatro minutos no total) intitulada The Vagabond, na liderança de um trio (Paul Skivie, baixo; Gregory Hutchinson, bateria).
A faixa-título (3m20) – um tema em fugato – e outras seis peças são assinadas pelo líder, que não esconde sua formação clássica, embora saiba muito bem vaguear pelo teclado com swing, de acordo com a máxima de que “a música exige o alerta da inteligência e o descuido da emoção”.
A propósito do novo álbum, ele anota: “Sempre fui fascinado pela gama de tom e cor do piano. Isto se deve, em parte, ao meu interesse, desde cedo, pela literatura clássica do piano. Independentemente de gênero, tenho sempre em mente som e nuance. As oportunidades que tive de trabalhar com Philip Glass e de tocar o Concerto em Fá de George Gershwin com a Filarmônica de Nova York encorajaram-me a alargar o meu pianismo. Colocaram-me em situações completamente fora de minha zona de conforto”.
A influência da música dita erudita na arte de Diehl é diretamente exposta na recriação de composições de Prokofiev (1891-1953) e do “minimalista” Philip Glass. Respectivamente, a marcha das 10 Peças para Piano, Op. 12 (3m35) e o Piano Etude nº 16 (8m25). (21)
O pianista e seus dois assistentes recriam também, com devoção, originais de dois cultuados mestres do jazz piano que também tiveram formação clássica: Milano (7m55), de John Lewis (1920-2001), que foi o criador e líder do Modern Jazz Quartet; A story often told, seldom heard (7m20), de “Sir” Roland Hanna (1932-2002). )
Além da faixa-título (The vagabond ), Aaron Diehl assina: a ondulante Polaris (6m10); a balada Lamia (4m35); Magnanimous disguise (5m10), de intrincada concepção ritmico-harmônica; a lírica Park slope (5m10); Kaleidoscope road (5m40) e Treasure’s past (7m25), de tons e cores mais impressionistas.
Em suma: “Um disco encantador (envoutant) da primeira à última nota”, como adjetivou o crítico Jean-Pierre Goffin, do site Jazz’Halo.
(Samples de The Vagabond: <a href="https://www.challengerecords.com/products/15784064982374" target="_blank" rel="noopener noreferrer" data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://www.challengerecords.com/products/15784064982374&amp;source=gmail&amp;ust=1583587063864000&amp;usg=AFQjCNHprP8sYowapvOgkKgRlhEKyicGfg">https://www.challengerecords.com/products/15784064982374</a> )
A faixa-título pode ser ouvida abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=Z33Q58640-g

Aaron-Diehl-A

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JOTA

Pianista realça intimidade com a música de Glass, Prokofiev e Gershwin

Aaron Diehl: The Vagabond erudito

Pianista Aaron Diehl realça intimidade com a música de Glass, Prokofiev e Gershwin