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Sem identificação digital, Brasil perde dinheiro e atrasa crescimento econômico

Segundo cálculos da FGV, se tecnologia fosse desligada, haveria perda de R$ 4,7 milhões por dia no PIB; em um ano, R$ 1,6 bilhão

Foto: Estúdio Rising Directors/ Divulgação Unico

A identificação digital por meio da biometria facial é uma realidade no cotidiano dos brasileiros. Seja para a abertura de conta bancária, assinatura de documentos, compra de veículos ou até matrícula em cursos, essa tecnologia vem ganhando escala e tem ajudado a aumentar a confiança dos brasileiros no ambiente digital, ao reduzir fraudes e golpes.

Para se ter uma ideia, foram 226 milhões de transações autenticadas por biometria facial no ano passado, ante 64 milhões em 2020, segundo dados da Unico, empresa brasileira especializada em identidade digital.

Mas e se a tecnologia deixasse de existir – ou fosse desligada – por um só dia? O impacto não seria apenas um contratempo para os usuários e empresas, mas de ordem econômica. No primeiro dia, haveria perda de R$ 4,7 milhões no PIB e R$ 550 mil em rendimentos dos trabalhadores, de acordo com cálculos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) levando em conta dados do setor e informações da Unico. Se a situação se prolongasse por um ano, o resultado seria R$ 1,6 bilhão a menos no PIB.

Não é só pela hipótese de extinção que a biometria facial demonstra seu valor econômico. Há ainda o fator de multiplicação da economia – isto é, o quanto um investimento impacta no PIB. No caso do setor de desenvolvimento de software (que a Unico faz parte), a cada R$1,00 investido na demanda, a produção da economia é impactada em R$3,88 – chamado de multiplicador. 

Isso é medido por efeitos diretos e indiretos. Os primeiros tratam do faturamento de um negócio, por exemplo. “Mas as empresas também fazem parte de uma cadeia de produção com fornecedores e outras empresas. Tudo está conectado. Quando se aumenta a demanda para esse setor, há impactos diretos, indiretos e induzidos, como o fato de ter todo um dinheiro circulando na cadeia que transborda para outras áreas que nem têm nada a ver com tecnologia. Todo esse efeito global beneficia a economia”, comenta Renan Peri, pesquisador da FGV. 

A média do multiplicador de todas as outras empresas de diferentes setores econômicos é de R$ 3,94. O setor do  agronegócio tem efeito multiplicador de R$ 2,77, para se ter uma ideia.

Além dos efeitos no PIB, foram medidas também as consequências do uso da biometria facial para a geração de emprego e renda no Brasil. O estudo constatou que, a cada dez empregos gerados pela Unico para atuar na tecnologia, são criados outros 17, conforme cálculos da FGV com base no sistema de contas nacionais. 

Sob outra ótica relacionada aos efeitos que esses empregos têm, a cada R$10,00 de renda produzida pela empresa, há o acréscimo de mais R$13,20 à economia com gastos como alimentação, moradia, deslocamento, estudos e vestuário.

Autenticação tradicional prejudica a economia 

Um dos grandes potenciais da tecnologia está na evolução de processos que atualmente identificam as pessoas por meios tradicionais por outros modernos e digitais, que são mais seguros, práticos e confiáveis – e que ainda economizam tempo e outros recursos e agregam valor à economia.

O impacto se torna ainda maior quando olhamos para os segmentos sociais: assim como no sistema tributário atual, pobres e ricos pagam o mesmo percentual de impostos sobre o consumo, mas no final o valor onera quem ganha menos. 

No caso de provar que você é você, a lógica é a mesma. Imagine um microempreendedor que precisa validar um cartão junto ao banco. Ele obrigatoriamente precisa se deslocar até a agência, o que gera custo de ida e volta em transporte, somado ao tempo que passa no trânsito.

Há ainda o tempo parado na agência, no qual ele está deixando de trabalhar em seu negócio. Uma diarista, nesse exemplo, pagaria um dia de renda de seu próprio bolso para fazer algo que poderia fazer usando apenas seu celular, com a vantagem de ser mais seguro e exigir menos tempo.

Tamanha burocracia não é um estorvo só no dia a dia dos brasileiros. Ela impacta a economia do país como um todo. Processos como esses equivalem a algo como 1,2% a 2% do PIB, segundo análise anterior também da FGV com base em dados relativos a 2021, produzida a pedido da Unico.

Em 2021, os brasileiros gastaram entre R$ 104,4 bilhões e R$ 174,2 bilhões para se identificar de formas analógicas, em processos como contratação de recursos humanos, registros de contratos, deslocamento para a emissão de documentos e exercício da cidadania (votar, realizar prova de vida, entre outros) além do deslocamento ao cartório para assinar documentos. Os cálculos ainda apontam que apenas para esse último item foram gastos, do bolso dos brasileiros, aproximadamente R$ 3 bilhões.

Todas essas burocracias e desperdícios de tempo e dinheiro ajudam a explicar a expansão cada vez mais rápida das tecnologias que identificam as pessoas de forma digital, como a biometria facial. Uma projeção da consultoria Mordor Intelligence estima que o mercado de autenticação facial por biometria irá evoluir cerca de 22% ao ano nos próximos cinco anos, medida pelo indicador CAGR (taxa de crescimento anual composta, em inglês). 

“A identificação digital ainda é relativamente nova no Brasil, mas a taxa de assimilação é rápida. E as empresas que não promoverem uma identificação digital vão estar em desvantagem. O brasileiro gosta de tecnologia, basta ver a facilidade com que o PIX foi inserido no nosso dia a dia e como isso ajudou muitas empresas, pequenas e grandes”, avalia Peri, da FGV. 

O que está por trás da identidade digital

A biometria facial garante a verificação da identidade de forma mais rápida e segura. A tecnologia autentica o usuário por meio da validação da biometria facial combinada com outros dados, analisando e verificando pontos únicos da anatomia da face de cada pessoa para assegurar que o usuário é quem diz ser e que está realmente ao vivo em frente ao dispositivo no momento da utilização. 

“Dessa forma, temos a garantia não só da segurança, mas também da intenção de uso da autenticação no processo de acesso”, explica Guilherme Bacellar, pesquisador de cibersegurança e fraudes da Unico.

O pesquisador alerta ainda para a diferença entre autenticação por biometria facial e reconhecimento fotográfico, comum em aparelhos de celular, portarias de prédio e câmeras de vigilância. “A biometria analisa pontos únicos da face da pessoa e vai aprendendo com cada nova imagem que chega, buscando mitigar distorções, além de ser feita numa imagem próxima e coletada pelo usuário com a finalidade de garantir o acesso a um bem ou serviço”, afirma. 

“No caso do reconhecimento por foto, a tecnologia compara uma imagem armazenada no banco com outra. É como eu olhar uma foto que você tirou em 2015 e querer comparar com uma de hoje. Ou uma imagem de um rosto na multidão. Há grande risco de haver falhas”, alerta Bacellar.

É preciso falar da privacidade de dados pessoais

Com relação à identidade digital, os principais desafios hoje são a segurança e a proteção dos dados que compõem a identidade digital. É preciso que a tecnologia acompanhe a legislação e as regulações, para evitar fraudes oriundas do vazamento de dados. 

No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LPGD) instituiu em 2018 as diretrizes para o cuidado com os dados considerados sensíveis, como os dados que vem da biometria facial. O usuário tem o direito de saber como, porquê, por quem e por quanto tempo esse dado será tratado – além de poder pedir para apagar ou alterar seu registro. 

Segundo Yasodara Cordova, pesquisadora chefe de Privacidade na Unico, a fiscalização desse procedimento ainda é um desafio. Para ela, a liberdade via identidade digital só é possível quando cada pessoa tem o controle sobre sua identificação digital.

“É preciso que as empresas evoluam e substituam  tanto a burocracia analógica quanto tecnologias inseguras por tecnologias que possam impulsionar a privacidade e a segurança dos dados, permitindo que o usuário tenha controle sobre seus dados, cabendo a ele decidir o que, com quem, como e quando ele quer compartilhá-los”, afirma. 

“Além disso, existe muito espaço para crescer na proteção das pessoas no ambiente online. Empresas e outras instituições podem e devem fazer melhor quando lidam com dados pessoais, implementando processos e tecnologias que efetivamente consigam evitar as vulnerabilidades que possibilitam vazamentos de dados pessoais”, completa. 

A Unico permite que  o usuário possa pedir a exclusão ou modificação dos seus dados, bem como possa pedir uma cópia deles – isso é o mínimo pelo que exige a LGPD, e deveria ser regra para todas as empresas que lidam com coleta de dados pessoais.

Fundada em 2007, a Unico é hoje a maior brasileira no segmento de identidade digital, prestando serviços para grandes companhias, incluindo instituições financeiras. Com tantos dados sensíveis em mãos, é preciso garantir a integridade dos sistemas e dos processos, frisa a pesquisadora.

“Os usuários têm pouco controle de seus dados pessoais hoje, que são fragmentos da nossa identidade digital. Nós, que somos responsáveis pela inovação e evolução tecnológica, devemos promover que os usuários tenham controle sobre seus próprios dados, bem como a segurança das pessoas quando estão online. Como vamos utilizar tecnologia para evitar vazamentos de dados? Como vamos proteger os dados das pessoas e ainda assim fazer uso deles para promover o melhor interesse dos usuários? Essas são perguntas que precisamos nos esforçar para responder por meio da tecnologia e inovação”, finaliza Cordova.