Vivian Oswald

Em 2024, o Brasil lidera o G20. Os detalhes dessa liderança estão nesta cobertura especial

G20 no Brasil

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<p>Com agenda internacional intensa no final deste ano, o presidente <a href="https://www.jota.info/tudo-sobre/lula/">Luiz Inácio Lula da Silva</a> tem o desafio de mostrar se o “Brasil está de volta” de fato, como defendera em discurso na COP27 em 2022, em Sharm-al-Sheikh, no Egito, logo após ser eleito para seu terceiro mandato. A mensagem virou slogan na campanha de comemoração dos primeiros 100 dias de governo. Era o símbolo de ruptura com a gestão anterior e o fim do alinhamento ideológico com a extrema-direita global.</p>
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<p>A confluência de cúpulas dos principais fóruns globais é, em boa medida, a grande oportunidade esperada por este governo para provar-se ator relevante no palco internacional. Mas a verdade é que a cena geopolítica é um grande complicador às suas pretensões. E não só isso: declarações confusas, mal calibradas e controversas do presidente sobre temas espinhosos da pauta, algumas refletindo, na avaliação de analistas, alinhamento ideológico com sinal diferente, não ajudam.</p>
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<h3>Veja as datas das viagens — algumas ainda a serem confirmadas pelo Palácio do Planalto</h3>
<p><strong>NOVA YORK - 22 a 25 de setembro -</strong> Lula participa da abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (23 e 24) e do “Call To Action” que está sendo organizado no âmbito do G20 (25), para conclamar todas as nações do mundo a pedir reformas no sistema de governação global, uma das três prioridades da presidência brasileira do bloco este ano. A reunião, que terá a presença de todos os países da Nações Unidas, e não apenas os membros do G20, é considerado um dos grandes resultados da presidência brasileira do bloco.</p>
<p><strong>MÉXICO - 30 de setembro a 01 de outubro -</strong> Lula faz visita oficial ao país, onde participa da posse da nova presidente, Claudia Scheibaum, a primeira mulher eleita pelo país. O México vinha tentando costurar com Brasil e Colômbia uma saída de paz para a crise institucional na Venezuela. Mas Lopez-Obrador, atual presidente, que deixa o cargo em 1 de outubro, saiu do grupo. Sheinbaum já avisou que não pretende negociar a três com o regime de Nicolás Maduro tampouco.</p>
<p><strong>BRICS - 21 a 23 de outubro -</strong> O presidente participa da cúpula do BRICS em Kazan, na Rússia, quando o Brasil recebe a presidência do grupo. Ali, deve pisar em ovos, dado o novo formato que o acrônimo criado em 2001 ganhou desde o início deste ano. A nova configuração, que muitos analistas consideram levemente bizarra, inclui, além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (incorporada anos mais tarde), Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.</p>
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<p><strong>COP29 - 9 a 12 de novembro -</strong> O presidente segue para Baku, no Azerbaijão, onde será passado ao Brasil o bastão da presidência temporária da conferência do clima mais importante do mundo. Nesta COP espera-se também o anúncio de novas metas para conter o aumento da temperatura global e cálculos para os valores de investimentos necessários para que isso aconteça.</p>
<p><strong>APEC - 14 e 15 de novembro (ainda a ser confirmada) -</strong> Lula deve participar da reunião da Cooperação Econômica da Ásia e dos Pacífico (APEC, na sigla em inglês), que acontece em Lima, no Peru. Criada em 1989, a APEC é composta por 21 países e territórios: Austrália, Brunei, Canadá, China, Chile, Coreia do Sul, Hong Kong, Indonésia, Japão, Malásia, México, Filipinas, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Estados Unidos, Peru, Rússia, Cingapura, Taiwan, Tailândia e Vietnã. As economias que compõem o bloco inter-regional representam 56% do PIB mundial e 46% do comércio global.</p>
<p><strong>G20 - 18 e 19 de Novembro -</strong> No Rio de Janeiro, Lula conduz a reunião de cúpula de chefes de Estado e de governo do G20, quando o grupo deve apresentar seu comunicado final. O documento deve refletir os pontos acordados em consenso pelas 19 maiores economias do mundo, mais União Europeia (UE) e União Africana (UA) durante as negociações deste ano. Sem que todos concordem, não há documento. Ainda não aconteceu, mas há quem diga que não é possibilidade totalmente descartada. Na ocasião, a presidência temporária do grupo será passada para África do Sul.</p>
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<p><strong>MERCOSUL - 19 e 20 de Dezembro -</strong> O presidente ainda participa da cúpula do Mercosul, em Montevidéu. Venezuela deve voltar ao topo da agenda. No encontro anterior, realizado no Rio de Janeiro no ano passado, quando Brasil ocupava a presidência temporária do grupo, o país vizinho já era motivo de preocupação. Era o momento da escalada da tensão entre Venezuela e Guiana pela disputada região de Essequibo, rica em petróleo. Desde a eleição presidencial de 28 de julho em que Nicolás Maduro foi confirmado vencedor pelas autoridades locais, resultado contestado pela oposição e por Estados Unidos e 10 países da América Latina, o país mergulhou em uma crise. Brasil tenta mediar uma saída institucional. Mas a confusão joga novo balde de água fria nos planos de Lula de se voltar para a regionalização.</p>
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<p>No período de 22 de setembro a 20 de dezembro, o mandatário terá 19 dos 89 dias em viagem para cuidar de política externa.</p>
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[TEMPLATE] Cobertura G20

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JOTA

A confluência de cúpulas é uma oportunidade esperada pelo governo para provar-se ator relevante no palco internacional

Lula tem agenda internacional intensa no final do ano

Este conteúdo integra uma cobertura especial do JOTA, que mantém independência editorial na produção das reportagens. O apoiador participa da escolha dos temas