CONTEÚDO PATROCINADO

Comércio eletrônico abre as portas da exportação para produtores brasileiros

Até 2025, o setor deve movimentar até US$ 7,3 trilhões em escala mundial. Brasil é o terceiro país com mais lojistas online

Foto: Unsplash

Desde a pandemia de Covid-19, os hábitos de consumo vêm mudando drasticamente e o comércio eletrônico ganhou espaço cativo nos hábitos de compras em grande parte do mundo. Ele também se mostra como uma das opções mais rentáveis para os pequenos empreendedores atingirem o mercado global – o que antes era inimaginável. 

De acordo com pesquisa do Departamento do Comércio dos Estados Unidos, a fatia de compras realizadas online no varejo de todo o planeta pulou de 13,6% em 2019 para 18% no ano seguinte, em meio aos efeitos da pandemia. Neste ano, estima-se que essa parcela ultrapasse os 20%.

O mesmo estudo mostra que o Brasil foi um dos países onde o hábito de vender online mais cresceu, com 65% das empresas nacionais fazendo-se presente nas plataformas. O país fica atrás apenas da China e Índia no ranking de nações com mais lojistas online.

Vitrine mundial

“Hoje é mais barato você vender seus produtos em uma plataforma e-commerce do que ter uma loja em um shopping”, conta o gerente de comércio exterior da Efficienza, Rafael Pinto, que assessora os clientes no processo logístico e judicial das exportações.

Os números comprovam que a iniciativa é mais lucrativa também: o crescimento médio das vendas por meio do comércio eletrônico em 2021 foi de 22,3%, segundo o Euromonitor. A receita dentro do varejo tradicional cresceu apenas 4,3%. Até 2025, o setor de e-commerce deve chegar a 7,3 trilhões de dólares.

“Estar em um marketplace como a Shein, o AliExpress ou outros do tipo é como colocar uma vitrine em um shopping center de escala global. Seu produto será visto não só pelos locais, mas por alguém da França, China, Índia”, conta o analista de competitividade do Sebrae, Gustavo Reis.

Mercado aberto para o Brasil

Em 2020, somente nas plataformas do Alibaba presentes em diversas partes do mundo – que vão desde o Taobao, TMall e TMall Global – cerca de 10 mil produtos que utilizam o termo “Brasil” registraram vendas mensais de mais de 2 milhões de unidades, com faturamento de R$ 43,7 milhões ao mês. Mas, embora o nome do país seja usado para vender produtos típicos ou fortemente associados ao país, muitos deles estão sendo vendidos e gerando receita para comerciantes de outros lugares.

“É uma fatia que está sendo perdida pelos comerciantes brasileiros. Um dos maiores vendedores de castanha-do-Pará dentro das plataformas do Alibaba é indiano, por exemplo, enquanto quem mais vende açaí nas nossas plataformas é uma empresa belga”, afirma o diretor de políticas públicas do Alibaba, Felipe Daud.

O banco americano Morgan Stanley afirma que a América Latina é um dos locais onde o comércio eletrônico tem mais potencial de expansão, estimando o crescimento das vendas pelo setor aqui em torno de 20% nos próximos cinco anos.

E-commerce cross-border

Diferentemente da exportação comum, o e-commerce cross-border – como é chamada a compra e venda entre diferentes países por meio de plataformas terceiras – é mais barato e acessível. 

“Diferentemente de casos clássicos, tudo o que o comerciante precisa está ali na plataforma: frete, público, marketing, logística”, diz Karina Bazuchi, coordenadora de Expansão Internacional da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

“É também mais seguro: a empresa garante o estorno em caso de algum problema. Você também pode pagar para promover sua marca dentro da plataforma. E, em alguns casos, há menos complicações de regulamentação, seu produto não precisa passar por processos de aprovação”, complementa ela.

De acordo com balanço feito pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), a exportação por meio dos e-commerces é mais rápida já que o pré-registro dos produtos na plataforma torna fácil o processo alfandegário. 

Também é mais barato. Na China, enquanto a exportação por postagem direta pede impostos que variam entre 13% e 50% do valor do produto, as taxas cobradas nas compras de e-commerce recaem na categoria de consumo pessoal, com variação de tributo entre 6% e 21%.

Isso tudo resultou em uma venda de mais de US$253 milhões por parte de produtores brasileiros para a China, de acordo com o Alibaba em 2021. E em outros países, há regras ainda mais propícias para a expansão de mercados: nos Estados Unidos, por exemplo, esse tipo de importação tem isenção se o valor do produto for de até US$ 800.

“É preciso transformar essa ideia de que é difícil demais exportar, especialmente as PMEs. O mercado global tem sede de produtos brasileiros autênticos e o pequeno produtor daqui precisa de caminhos para chegar lá”, diz Daud, do Alibaba.

“O e-commerce cross-border tem todos os aspectos que permitem a conquista da primeira exportação do produtor brasileiro que pode nem mesmo ter pensado sobre isso”, afirma Bazuchi, da Apex.

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