Guilherme Pimenta

Às Claras

O vice-presidente de Relações Institucionais da Whirlpool, Armando Ennes do Valle Jr, afirmou que o lobby serve para "levar conhecimento à autoridade que vai tomar uma decisão para que seja a melhor decisão sobre determinado assunto".
Em entrevista ao JOTA, Armando Ennes defendeu a regulamentação do lobby, e classificou como "excelente" a decisão do Ministério do Trabalho de reconhecer o lobby como profissão. "Este nome 'lobby' se desgastou ao longo do tempo, mas feito às claras é a melhor maneira de manifestação em torno de algum interesse", disse o vice-presidente.
Segundo ele, o <a href="http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=EEA87191DB564DC0889C4265DB7AA081.proposicoesWebExterno1?codteor=465814&amp;filename=PL+1202/2007">PL 1.202/07</a>, que regulamenta o lobby, “vai na direção certa”, principalmente por prever “enquadramento como crime quando houver profissionais da área envolvidos em corrupção”.
Confira a entrevista na íntegra:
JOTA - O Ministério do Trabalho reconheceu lobby como profissão. Como o sr. avalia essa decisão?
Armando Ennes do Valle Jr - Excelente decisão. Este nome lobby se desgastou ao longo do tempo, mas feito às claras é a melhor maneira de manifestação em torno de algum interesse. As autoridades não são especialistas em todas os assuntos. Cabe ao lobista levar este conhecimento para a autoridade que vai tomar uma decisão para que seja a melhor decisão sobre determinado assunto. Se você vai à escola do seu filho discutir o currículo ou alguma ação da escola, isto é um lobby em favor do seu interesse para com seu filho, por exemplo.
Qual a avaliação que o sr. faz do PL 1.202/07, que está para ser votado no plenário da Câmara em breve?
Vai na direção certa. Várias tentativas anteriores, inclusive por ação dos profissionais da área, foram feitas, porém diversos problemas impediram o avanço. Este PL, como nome diz, é de 2007. Ou seja, 11 anos para ser apreciado. Ela prevê o enquadramento como crime quando houver profissionais da área envolvidos em corrupção, por exemplo.
Em entrevista ao JOTA, o presidente da Aberje, professor Paulo Nassar, afirmou que esse PL está mobilizando pouco a iniciativa privada, pois não houve comunicação do Congresso com os setores necessários. O sr. concorda?
Ouvir setores e setores serem ouvidos é função do legislador e do legislado. Não tem como ser unilateral. Mas como a discussão vem desde 2007, não vejo que ainda caiba debate. Ter alguma ação, ainda que requeira algum aprimoramento posterior, é melhor do que ter mais dez anos de discussão.
Quem pode ser lobista? Precisa de carteirinha?
Acho que o olhar é maior. O registro funcional de lobista traz clareza à ação e função destes profissionais, aumentando sua responsabilidade. Não creio que precise carteirinha, mas o profissional sério se registrará e terá orgulho de uma carteirinha, se for o caso.
O que não pode faltar em um projeto de lei que regulamenta o lobby?
Ser simples e direto. Sem querer especificar tudo. Tratar o lado correto de defender o interesse privado ou público, mas com os rigores necessários para aquele que assim não se comportar.

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JOTA

Armando Ennes do Valle Jr defende aprovação de projeto de regulamentação em tramitação há 11 anos no Congresso

&#8216;Lobby é levar conhecimento às autoridades que tomarão decisões&#8217;, diz VP da Whirlpool

Este texto integra a cobertura de novos temas pela equipe do JOTA. Apoiadores participam da escolha dos temas, mas não interferem na produção editorial. [Conheça o projeto!](/pro#jota-discute)

'Lobby é levar conhecimento às autoridades que tomarão decisões', diz VP da Whirlpool

Armando Ennes do Valle Jr defende aprovação de projeto de regulamentação em tramitação há 11 anos no Congresso