Redação JOTA
A Transparência Internacional publicou relatório direcionado ao público global sobre o cenário de atualização sobre a corrupção no Brasil, com destaque para uma entrevista com Fábio Zambeli, analista-chefe do JOTA, sobre o futuro da política nacional sob Luiz Inácio Lula da Silva (PT).( Leia o relatório completo)
“Nós estamos vivenciando um fortalecimento da direita radical, que obteve resultado significativo nas urnas e é agora alinhada a Jair Bolsonaro, mas não é totalmente dependente dele”, afirma Zambeli.
Ele pontua que uma das mensagens das eleições foi que o atual presidente deixará o cargo com apoio popular, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país, onde há movimentos fortes contrários ao PT
“Esse movimento quase horizontal, sem líderes bem definidos e engajado via redes sociais, será ativo como oposição a Lula, tanto antes de sua posse quanto durante o o governo. Lula não terá apenas a oposição político-partidária que lidou em governos passados; ele também terá uma oposição ideológica inserida na sociedade, nos setores econômicos e nas famílias de classe média”, analisa Zambeli.
O analista também entende serem baixas as perspectivas de intervenção do governo Lula em órgãos de controle e combate à corrupção. Também vê espaço para boas relações com o atual procurador-geral da República, Augusto Aras, ainda que ele tenha sido indicado por Bolsonaro.
“Lula sabe que haverá uma lupa constante em qualquer das medidas do seu governo que possam representar o enfraquecimento dos órgãos. É uma forma de barreira protetora para ele. Não vejo Lula disposto a tomar riscos com intervenções irrestritas”, comenta.
