A maioria da população aprova a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. Pesquisa da Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (12/1) mostra que 72% dos entrevistados responderam que está correta a decisão, enquanto 20% disseram que essa faixa etária não deveria ser imunizada agora. Outros 3% disseram que nem um lado e nem outro estão certos, e 4% não responderam.
O Ministério da Saúde anunciou no último dia 5 de janeiro a inclusão de crianças de 5 a 11 anos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. O primeiro voo, com 1,2 milhão de doses, deve chegar nesta quinta-feira (13/1). A imunização desse público será feita com doses da Pfizer. Ao contrário do que planejou o governo anteriormente, não será exigida prescrição médica para a aplicação – ficará como recomendação.
O governo vinha sendo criticado por declarações sobre a imunização desse público. Na véspera de Natal, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o número de mortes de crianças por Covid-19 no país não justificava uma vacinação emergencial. No dia anterior, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, havia dito que o governo vacinaria as crianças apenas mediante prescrição médica e a assinatura de um termo de consentimento pelos pais e responsáveis. A maioria dos estados, no entanto, reagiu e afirmou que não pediria o documento. O governo desistiu da exigência, apesar de ter feito uma consulta e uma audiência públicas incomuns sobre o tema.
O levantamento da Genial/Quaest também buscou saber como o brasileiro avalia a situação da pandemia no país este ano. A maioria – 51% – respondeu que a situação de piora vai voltar com as novas variantes. Outros 30% disseram que a situação ficará estabilizada como agora, com casos não muito numerosos. Apenas 14% afirmaram acreditar que a pandemia estará sob controle este ano, e a vida voltará à normalidade.
A pesquisa vem medindo, desde o ano passado, os níveis de preocupação dos brasileiros com a pandemia de Covid-19. E eles voltaram a ficar mais altos em janeiro deste ano, com o aumento no número de casos por conta da variante ômicron. Ao todo, 69% disseram estar muito preocupados, 25% pouco preocupados e 6% nada preocupados (veja no gráfico ao fim da reportagem a comparação com as pesquisas anteriores).
As mulheres têm, consideravelmente, mais medo da pandemia do que os homens — entre elas, 76% responderam que estão muito preocupadas, enquanto entre eles, esse índice é de 60%.
A pandemia está entre os principais problemas do país atualmente (segundo apontaram 28% dos entrevistados), apenas atrás da economia (com 37%). Questões sociais vêm em terceiro, com 13% e, logo em seguida, a corrupção, com 9%. No levantamento anterior, em dezembro, o índice dos que achavam que o principal problema era a pandemia estava em 19%.
A pesquisa da Genial/Quaest foi realizada dos dias 6 a 9 de janeiro com mais de 2 mil pessoas a partir de 16 anos de idade. A margem de erro é de dois pontos percentuais. O levantamento foi registrado na Justiça Eleitoral sob o número BR-00075/2022.