Transição

Mutirões devem contar com parcerias do setor privado, afirma Chioro

Coordenador da transição na Saúde, ex-ministro afirmou que redução de espera para procedimentos é prioridade

Arthur Chioro
Crédito: Elza Fiúza/Agência Brasil

Coordenador do grupo de saúde da transição de governo de Luiz Inácio da Silva, o professor da Universidade Federal de São Paulo Arthur Chioro classificou como “lastimável” a situação do setor, sobretudo dos indicadores de imunização.

Chioro afirmou que uma das grandes preocupações da equipe será garantir a continuidade das ações de saúde e, sobretudo, ampliar o diálogo com setores envolvidos para encontrar soluções a curto, médio e longo prazo para a saúde.

Uma das prioridades do novo governo é reduzir a espera para realização de procedimentos de saúde, como exames e cirurgias. A estratégia a ser usada será a de mutirões.

“Vamos conversar com representantes de secretários estaduais e municipais de saúde para definir formas de ação. Mas certamente ela passa pelo aproveitamento da capacidade ociosa de hospitais e centros de atendimento, sejam eles públicos ou privados.” Os arranjos, disse, serão diversos. “Em alguns casos, pacientes poderão ser deslocados para realização em um centro. Tudo terá de ser avaliado”.

Há o reconhecimento dentro da equipe de transição da demanda por atendimento em saúde no país. Mas ela se dá de forma heterogênea. “Em alguns locais, o problema prioritário é o atendimento para câncer. Em outros, acesso a cirurgias eletivas ou procedimentos, exames de imagem”, disse Chioro. Diante da diversidade, a estratégia será adotar respostas pontuais. Estão previstas oficinas com integrantes do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) justamente para identificar as prioridades e, a partir desse diagnóstico, traçar formas de atuação.

“Há um potencial ocioso de hospitais públicos, que não é mobilizado justamente por falta de recursos. Existe ainda a rede filantrópica. E há também a possibilidade de se contratar serviços privados. Não precisa ser contrato permanente, mas pontualmente, em locais onde há estrangulamento no atendimento.”

Uma série de arranjos deve ser feita. “Em alguns locais, será preciso levar carreta, porque não há rede assistencial. Em outros pontos, o melhor será transportar pacientes. A ideia é regionalizar as respostas para cada região qual o modelo melhor para enfrentar as filas.

Chioro citou também possíveis parcerias para realização de estratégias de vacinação, por exemplo, para BCG. “Por que não fazer a vacinação da criança nos hospitais, logo depois do nascimento?”, disse.