O Ministério da Saúde planeja liberar a quinta dose da vacina contra a Covid-19 (ou terceira dose de reforço) para a população a partir de 50 anos nesta semana, grupo que sofre maior risco de agravamento da doença. Fontes ligadas à pasta anteciparam ao JOTA que a expectativa é publicar uma nota técnica, documento para nortear estados e municípios na aplicação, até quinta-feira.
Segundo interlocutores, a decisão do ministério é motivada pelo aumento de casos da doença, puxado pelo avanço de subvariantes da Ômicron, como a BQ.1. Mais infecciosa, há a tendência de que se torne prevalente sobre as demais. Cientistas levantam a possibilidade de que a Covid-19 possa ter dois picos por ano, não só um como a gripe, o que ajudaria a explicar essa nova onda de casos.
A Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações do Programa Nacional de Imunizações (CTAI/PNI), que tem função de assessorar as decisões, discutiu o tema em reunião extraordinária na tarde desta quarta-feira. Depois, a avaliação segue para a chancela da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) e do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Apesar do possível aval, o ministério deve manter a quarta dose para o público já contemplado: adultos a partir de 40 anos, imunossuprimidos — pessoas com a imunidade fragilizada por câncer ou devido a transplantes, por exemplo — e profissionais de saúde, mais expostos ao coronavírus.
A CTAI PNI, que debatia a ampliação desse segundo reforço, encerrou o debate há meses. A avaliação era de que as evidências científicas disponíveis no momento não justificavam liberar para novas faixas etárias.
A pasta ainda não definiu o intervalo de aplicação para a quinta dose. Se seguir o padrão, um reforço de Pfizer, de AstraZeneca ou de Janssen deverá ser aplicado quatro meses após a última dose.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou duas vacinas bivalentes, feitas com parte do vírus original e parte de subvariantes da Ômicron, para serem usadas como doses de reforço, mas os imunizantes ainda não chegaram ao Brasil. A Saúde ainda não liberou ou encomendou as doses à Pfizer.
Sem uma diretriz única do Ministério da Saúde, estados e municípios já aplicam a quinta dose. São os casos de Rio, Niterói, Distrito Federal e Espírito Santo, por exemplo, onde os grupos contemplados variam de acordo com a localidade.
Procurado, o ministério não respondeu.