Melissa Duarte
O Ministério da Saúde planeja adiantar a campanha de vacinação contra a Covid-19. Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, a data ainda não foi definida, mas deve ocorrer antes de abril, por causa da nova variante do coronavírus — a XBB.1.5, mais transmissível e já detectada no Brasil —, da baixa cobertura vacinal, e do Carnaval.
Até o momento, a pasta pretende aplicar uma dose anual para grupos prioritários, como idosos, profissionais de saúde e pessoas com comorbidades, à semelhança da campanha contra a gripe. O objetivo é seguir a indicação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que ainda não recomenda mais de três doses para a população geral.
O tema consta na pauta da próxima reunião da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações (CTAI), prevista para terça-feira. A pasta também pretende revogar o sigilo das informações discutidas pelo grupo. Vacinas bivalentes da Pfizer poderão ser usadas.
“A pauta é a antecipação desse calendário de vacinas contra a Covid, tendo em vista o novo cenário do Brasil, que é o de novas variantes, Carnaval se aproximando e uma cobertura muito pequena de duas doses mais dose de reforço”, afirmou a epidemiologista em entrevista à imprensa na sede do ministério nesta sexta-feira.
Após cidades relatarem desabastecimento, Maciel afirmou que a pasta não possui estoque de vacinas da Pfizer para crianças. A secretária afirmou que renegociará o contrato com o laboratório para a antecipação de novos lotes até o fim de janeiro.
A estimativa é de 3,2 milhões de doses para faixa etária de 6 meses a 4 anos e mais 4,5 milhões para o público de 5 a 12 anos. Além da Pfizer, a CoronaVac também pode ser usada em crianças, com indicação a partir de 3 anos. A pasta planeja retomar o contrato com o Instituto Butantan como estratégia para alavancar a cobertura vacinal do grupo infantil, estagnada há meses.
