A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve suspender a obrigatoriedade do uso de máscaras nos aviões. O tema será discutido na reunião de Diretoria Colegiada, marcada para a tarde desta quarta-feira (17/8). A tendência é de que diretores aprovem a alteração. Veja o texto que será votado.
Com a provável mudança, o uso da máscara facial passará a ser considerado recomendável, sobretudo para pessoas vulneráveis e com maior risco de infecção por Covid-19, como idosos, gestantes e pessoas com sistema imunológico comprometido.
Relator do tema que será levado a votação hoje, o diretor Alex Machado Campos afirmou ter conversado com os epidemiologistas Wanderson Oliveira e Carla Domingues antes de formular seu voto. Ouviu dos especialistas que, diante dos indicadores de cobertura vacinal, da redução de casos graves e da trajetória sustentada de queda de infecções, é possível suspender a obrigatoriedade.
“As medidas precisam ser proporcionais. Não devem ser excessivas a ponto de distanciar o cidadão do comando da saúde pública. Vivemos um momento em que as políticas da pandemia eram de saúde coletiva. A autoridade de saúde tinha de liderar o processo de contenção, restrição. Agora estamos num momento de responsabilidade individual”, disse. “Se as medidas não forem proporcionais, elas perdem a adesão. E, a meu ver, a medida proporcional é a recomendação”, completou.
O fim da exigência do uso de máscaras nos aviões é uma reivindicação antiga de companhias aéreas. O tema vem sendo estudado pela agência há algum tempo. Diante dos casos da nova varíola e também das férias escolares, Machado Campos achou aconselhável aguardar para colocar o assunto em votação. Agora, com mais informações sobre o comportamento da nova varíola, a discussão pode ser iniciada. “Foi precaução. A monkeypox é de transmissão por contato.”
Machado Campos defende, no entanto, a manutenção do desembarque por fileiras e também regras para desinfecção do avião. Tais medidas, em sua avaliação, devem ser preservadas pensando também nos cuidados com a nova varíola.
O diretor observa que a conduta relacionada à recomendação de máscaras faciais e exigências de comprovantes de vacina contra Covid-19 varia de acordo com países. “A conduta de outros países representa uma fonte rica de subsídios. Mas cada país tem uma realidade diferente e isso precisa ser levado em conta. As medidas não podem ser automáticas.” Machado Campos disse ainda que o tema continuará sendo acompanhado. “Se no futuro for necessária a retomada da exigência do uso da máscara, isso será feito. O importante é modular as exigências de acordo com as necessidades. A agência se pauta pelas evidências e conhecimento acumulado.”