Covid-19

Programa de folha de pagamento custa R$ 40 bi e pode atingir 1,4 mi de empresas

Programa contempla linha de crédito emergencial para empresas com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões

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Crédito: José Cruz/Agência Brasil

O Ministério da Economia detalhou nesta sexta-feira (3/4) a medida provisória de pagamento de salário de dois meses para pequenas e médias empresas. O programa contempla uma linha de crédito emergencial para empresas com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões, para financiar as folhas de pagamento por dois meses, em um montante de R$ 20 bilhões por mês (R$ 40 bi no total). De acordo com o governo federal, o programa deve atingir 12 milhões de pessoas e 1,4 milhão de empresas.

O Tesouro Nacional, por meio do BNDES e dos bancos detentores das folhas de pagamento, vai financiar até dois salários mínimos dos empregados durante dois meses.

A empresa pode optar por complementar o restante do salário do funcionário. Incidirá taxa de juros de 3,75% ao ano e o pagamento terá de ser realizado em até 30 meses, com carência de seis meses. 85% serão arcados pelo Tesouro e 15% pelas instituições financeiras.

As empresas que aceitarem a linha de pagamento não podem demitir o funcionário sem justa causa por dois meses. A MP deve ser publicada ainda nesta sexta-feira (3/4).

Uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) dará as diretrizes para sua implementação. Segundo o secretário-executivo da Economia, Marcelo Guaranys, o CMN deve deliberar sobre isso ainda no fim de semana.

Segundo Bruno Bianco, secretário especial de Trabalho do Ministério da Economia, a medida faz parte de uma “caixa de ferramentas” do governo federal para que os diferentes setores da economia escolham as melhores opções de programas econômicos de acordo com suas necessidades.

O programa ficará disponível até o dia 30 de junho. Dos R$ 40 bilhões da medida, o Tesouro Nacional vai arcar com R$ 34 bilhões, que representa 0,045% do PIB. Os R$ 6 bilhões restantes serão investidos pelas instituições financeiras.

Segundo o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, com as medidas, a atual estimativa de déficit primário é de 5,55% para 2020, já que os programas de manutenção de empregos e atendimento aos vulneráveis totalizam um custo de R$ 224,6 bilhões.

No total, o novo déficit primário de 2020 representa 5,55% do PIB, chegando a R$ 419,2 bilhões. No total, as medidas somam:

– Redução a zero das alíquotas de importação para produtos de uso médico-hospitalar: renúncia de R$ 2,2 bi

– Desoneração temporária de IPI para bens necessários ao combate à Covid-19: renúncia de R$ 0,6 bi

– Redução do IOF crédito: renúncia de R$ 7,1 bi

– Auxílio financeiro aos informais, de R$ 600 por três meses: custo adicional de R$ 98,2 bi

– Reforço do Bolsa Família: custo adicional de R$ 3 bi

– CREAs – Cidadania: custo adicional de R$ 2 bi

– Programa antidesemprego, que permite redução proporcional de salários e jornada de trabalho: custo adicional de R$ 51,2 bi

– Transferência para estados e municípios investirem em saúde: custo adicional de R$ 8 bi

– Recomposição de FPE e FPM: custo adicional de R$ 16 bi

– Reforço no Orçamento de Assistência Social de estados e municípios: custo adicional de R$ 2 bi

– Crédito para empresas com aval do Tesouro Nacional (Fopa): custo adicional de R$ 34 bi

– Crédito extraordinários a minisérios (MRE, MCTIC, Defesa): custo adicional de R$ 0,4 bi