A carteira de crédito do Sistema Nacional de Fomento (SNF) com as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) chegou a R$ 237,4 bilhões em setembro de 2021, com alta de 12,6% sobre o fechamento de 2020. Na comparação com setembro de 2020, a subida foi de 28,4%.
O ritmo de expansão foi bem maior do que o verificado no conjunto de operações dos bancos de desenvolvimento, que em setembro, estavam 6,8% acima do verificado no fim do ano anterior, totalizando R$ 1,93 trilhão.
Os dados são da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) e foram antecipados ao JOTA. Segundo a presidente da entidade, Jeanette Lontra, neste ano de 2022, a trajetória deve seguir sendo de expansão. Ela admite, porém, que o ritmo pode ser afetado pelas incertezas que estão no radar, como o ciclo eleitoral e a perda de ímpeto do nível de atividade econômica que vem se verificando desde o segundo semestre do ano passado.
Jeanette destaca que o sistema de fomento tem tido papel anticíclico, mesmo em um contexto no qual tem havido alta de juros pelo seu principal operador, o BNDES. “O sistema de fomento tem tido papel fundamental nesses períodos anticíclicos, em que os bancos privados pisam no freio. Quando há insegurança, o sistema de fomento busca contribuir e sempre fortalecer a economia do país”, salientou a executiva.
Segundo a ABDE, o volume de operações com as empresas de menor porte é o maior desde o início da série, iniciada em 2014. O estoque chegou a 90,7 milhões, para 37,9 milhões de clientes.
A entidade destaca o papel de programas criados pelo governo na pandemia, como o Pronampe, que mobilizaram R$ 62,5 bilhões em crédito nos dois últimos anos. O governo agora prepara a retomada tanto do Pronampe como de outras linhas de crédito garantidas, como o FGI e Fampe, além de um novo programa da Caixa Econômica Federal, que pode mobilizar cerca de R$ 100 bilhões em financiamentos para as empresas menores neste ano. A ABDE considera a ideia bem-vinda.
“A entidade tem mantido conversas tanto com o governo federal, quanto com o Congresso, para a manutenção dos recursos para o Pronampe e Peac-FGI, por considerar que esses recursos foram muito importantes no auxílio às pequenas empresas neste momento de crise. Ficou comprovado que os programas têm uma grande capacidade de gerar crédito e atender o pequeno empresário”, disse Jeanette.