O Banco Central calcula que cada 10% de alta nos preços do petróleo em reais teria um impacto entre 0,31 e 0,43 ponto porcentual no IPCA em 2022, bem superior ao que era verificado em 2021. Os dados constam de um dos boxes do relatório trimestral de inflação, divulgado na manhã desta quinta-feira (24/3), que mostra também que esse maior efeito inflacionário está relacionado não só a um repasse natural dos preços da commodity, mas também devido ao fato de que a gasolina neste ano está tendo maior peso na cesta de consumo do brasileiro.
As estimativas consideraram apenas os repasses via gasolina, sem os demais refinados e sem considerar os impactos indiretos. Ou seja, o impacto tende a ser ainda maior.
A autoridade monetária, porém, destaca a alta volatilidade do petróleo, que tumultua a elaboração de cenários.
“Mesmo considerando um intervalo com massa de probabilidade reduzida, de apenas 50%, espera-se que o preço do petróleo possa variar entre -24% e +31% em um ano. Considerando esse intervalo e a hipótese de que o preço do etanol é endógeno, a incerteza em torno de um cenário projetado para a variação de preços administrados seria de -3,8 p.p. a +4,9 p.p.; para o IPCA a incerteza equivalente seria de -1,0 p.p. a +1,3 p.p. Considerando intervalo de previsão mais amplo, com massa de probabilidade de 95%, o intervalo em torno de um cenário central para o IPCA iria de -2,1 p.p. a +4,0 p.p”, diz o documento.