Juliana Castro
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira (3/2) que, se o relato do senador Marcos Do Val (Podemos-ES) for verdadeiro, haverá “consequências muito sérias”.
O senador disse, inicialmente, nas redes sociais que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou coagi-lo a dar um golpe de estado. Depois, em entrevista, o parlamentar afirmou que Bolsonaro esteve presente em uma conversa, em dezembro, na qual o então deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) expôs o plano de gravar o ministro Alexandre de Moraes para comprometê-lo. Com isso, segundo o plano golpista, a lisura das eleições estaria comprometida, uma vez que Moraes é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Se o que foi relatado pelo senador é verdadeiro, me parece que é um fato muito grave e deve ser apurado e terá, se for verídico, consequências muito sérias”, disse em entrevista após participar de palestra na Brazil Conference, do Lide, em Lisboa.
Moraes também participou do evento e chamou o plano golpista de “tentativa de uma operação tabajara”.
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Questionado pelos repórteres se havia a possibilidade de Bolsonaro ser preso, Lewandowski disse não conhecer “nenhum detalhe de processos que estejam tramitando contra ele”. “Bolsonaro é um cidadão brasileiro, ele pode entrar e sair livremente do país”, declarou. Atualmente, o ex-presidente está nos Estados Unidos, para onde foi no dia 30 de dezembro para não passar a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva.
Sobre as ações que o ex-presidente enfrenta no TSE e que podem gerar sua inelegibilidade, Lewandowski lembrou que os autos ainda serão analisados pelos ministros da Corte eleitoral. E, em seguida, passou a falar sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, quando os prédios dos Três Poderes foram vandalizados.
“Eu avalio a situação do país de uma forma muito otimista. Eu penso que os atos terríveis, sérios, o episódio sombrio de 8 de janeiro, na verdade, unificou o país, afirmou o ministro, completando: “O que vimos foi uma união dos brasileiros, dos Poderes, dos governadores em torno da democracia”.
Assim como Moraes, Lewandowski defendeu a regulamentação das redes sociais para evitar a proliferação de discursos de ódio e as fake news.
