Pesquisa

Quase um terço dos brasileiros é a favor de impeachment de Moraes e de Barroso

Pesquisa Atlas também mostra que, por outro lado, 46,9% são contra o impeachment de Moraes e 46,5% contra o de Barroso

impeachment de moraes
Ministro Luís Roberto Barroso e ministro Alexandre de Moraes durante sessão plenária. / Crédito: Rosinei Coutinho/SCO/STF (20/02/2020)

Dados inéditos da pesquisa Atlas mostram que 31,5% dos brasileiros são a favor do impeachment do ministro do STF Alexandre de Moares e 28,9% do impeachment do ministro Luís Roberto Barroso. 

Por outro lado, 46,9% se posicionaram contra o impeachment de Moraes e 46,5% contra o de Barroso. Há uma parcela grande que não soube se posicionar nesse tema: 21,7% no caso de Moraes e 24,7% no caso de Barroso. São valores muito próximos, com diferenças dentro da margem de erro que é de 2%. 

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O levantamento indica que o discurso que o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados têm feito contra o Supremo tem surtido efeito em parcela da população. Dados de pesquisas de opinião não permitem estabelecer uma relação direta de causa e efeito entre o que diz o presidente e uma mudança de atitude na população, mas os resultados dessa pesquisa parecem bastante consistentes com a hipótese de um processo top-down.

Para se ter uma ideia, 27,4% dos brasileiros concordam com a afirmação de que o Exército deveria ter o poder de remover ou nomear ministros do Supremo Tribunal Federal, uma medida claramente incompatível com as regras do jogo democrático e a separação de Poderes. Enquanto isso, 59,9% disseram ser contra essa medida e 12,7% não souberam responder.

Esse tipo de pergunta mostra que, enquanto 84% dizem ser a favor da democracia e apenas 6% dizem abertamente preferir um sistema não democrático, algumas medidas não condizentes com os padrões democráticos ganham maior apoio. 

Dessa forma, os resultados dão suporte para os modelos mais recentes de risco às democracias no mundo. Não são mais golpes à força que ganharam espaço nas últimas décadas, mas medidas autoritárias que ganham força dentro do próprio jogo democrático. Nesse sentido, o Poder Judiciário e principalmente as Suprema Cortes são um dos primeiros alvos de ataques.

Em 2020, o JOTA realizou um encontro com Steven Levitsky, autor de “Como as Democracias Morrem”. Na conversa, ele falou sobre a relação de líderes populistas e autoritários com as cortes .

Para assistir à entrevista completa:

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