Após entrevista

PF pede ao STF para ouvir Valdemar Costa Neto por minuta golpista

Investigadores pedem também permissão para devolver celulares espontaneamente apresentados pelo governador afastado do DF

Valdemar Costa Neto
O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, fala com a imprensa no Centro de Eventos e Convenções Brasil, em Brasília.
logo do jota pro poder, na cor azul royal

A Polícia Federal encaminhou um ofício ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (31/1) solicitando autorização para colher o depoimento do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, por minuta golpista. Em entrevista ao Jornal “O Globo”, Valdemar informou que chegou a receber várias propostas em documentos que supostamente poderiam questionar ou alterar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o resultado eleitoral e que teve o cuidado de triturar tais documentos.

A PF pede também permissão para devolver os aparelhos celulares espontaneamente apresentados pelo governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha; o ex-secretário de Segurança Pública interino, Fernando de Sousa Oliveira e Marília Ferreira Alencar, diretora de inteligência no Ministério da Justiça na gestão de Anderson Torres, após o procedimento pericial de extração de dados.

Entenda

A minuta de um decreto encontrada pela Polícia Federal na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), para estabelecer estado de defesa no TSE e alterar resultado da derrota nas urnas colabora para justificar ordem de prisão dele e pode aproximar investigações criminais do ex-presidente.

O texto foi achado após busca e apreensão na casa de Torres, decretada pelo STF, que também ordenou sua prisão. Ele é suspeito por ter se omitido e até facilitado atentado de bolsonaristas contra prédios dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro.

Desde o início do ano, ocupava a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Porém, no momento da invasão, estava em Orlando, nos Estados Unidos, mesma cidade em que o ex-presidente Bolsonaro passa uma temporada.

A minuta justifica o estado de defesa no TSE para apurar supostos abusos de poder, suspeição e medidas ilegais tomadas no processo eleitoral pela presidência do tribunal, ocupada pelo ministro Alexandre de Moraes. O documento teria sido redigido após as eleições e encontrado em um armário de Torres, segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”.