O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou, por mais 90 dias, inquérito que investiga a suposta tentativa de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF). O Inquérito 4831 apura declarações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro sobre a postura de Bolsonaro. (Leia a íntegra do despacho)
O Supremo informou que a prorrogação começa a partir do próximo dia 27, quando encerra o prazo final anterior. Para Moraes, a medida se deve à necessidade de prosseguimento das investigações e à existência de diligências em andamento.
O presidente prestou, em novembro do ano passado, depoimento à Polícia Federal no âmbito do inquérito. Na oitiva, disse que não interferiu na corporação e que trocou o então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, por “falta de interlocução”.
Bolsonaro informou ainda que o ex-ministro Sérgio Moro teria condicionado a indicação de Alexandre Ramagem – preferido do presidente – como diretor-geral da Polícia Federal a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). (Leia a íntegra do depoimento de Bolsonaro à PF)
Questionado sobre a declaração “eu tenho a PF nas mãos” em reunião ministerial em abril de 2020, Bolsonaro afirmou que quis dizer que não obtinha informações de forma ágil e eficiente dos órgãos do Poder Executivo, assim como da própria Polícia Federal; que, quando disse “informações”, se referia a relatórios de inteligência sobre fatos que necessitava para a tomada de decisões e nunca informações sigilosas sobre investigações.