O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (28/9) a instauração de investigação sobre o vazamento de informações de inquéritos sigilosos relativos a transações financeiras realizadas no gabinete do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O ministro citou duas reportagens publicadas pela Folha de S.Paulo que tratam de mensagens encontradas pela Polícia Federal no telefone do principal ajudante de ordens do presidente, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid.
O conteúdo sugere a existência de saques em dinheiro e depósitos fracionados do gabinete, que seriam destinados a gastos pessoais da família do presidente.
Ao jornal, a Presidência da República negou qualquer irregularidade e afirmou que o dinheiro tem como origem a conta pessoal de Bolsonaro.
A pedido da PF, Moraes autorizou a quebra de sigilo bancário de Sid para averiguar a origem dos valores, mas manteve o processo em sigilo.
Agora o ministro quer saber quem concedeu acesso às investigações para a imprensa. Ele ordenou que o delegado Fábio Alvarez Shor, da PF, preste informações sobre os fatos noticiados e forneça o nome de todos os policiais que têm conhecimento dos assuntos investigados.
O procedimento administrativo para investigar os vazamentos também foi colocado em sigilo por Moraes. Na última terça-feira (27/9), o presidente da República disse em live que “foi o Alexandre de Moraes que vazou. Não vem com papinho que foi a PF não, porque a PF, esse pessoal da PF, Alexandre de Moraes, come na tua mão. Então, foi você que vazou”. Bolsonaro não apresentou qualquer prova para comprovar a acusação.