STF

Aras diz que PGR não foi intimada sobre operação da PF contra empresários bolsonaristas

PGR diz que recebeu apenas uma cópia da decisão, que não é a prática usual

Aras PGR
O PGR, Augusto Aras / Crédito: Flickr/@mpfederal

O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou, via nota, que tomou conhecimento apenas nesta terça-feira (23/8), da operação da Polícia Federal, deflagrada depois de uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, contra empresários investigados por trocarem mensagens num grupo de WhatsApp em que houve uma defesa de um golpe de Estado caso o ex-presidente Lula (PT) vencesse Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais. O teor das mensagens foi relevado pelo site Metrópoles. A decisão de Moraes foi tomada na  PET 10.543 e  no INQ 4874, que investiga milícias digitais.

De acordo com o texto, a decisão de Alexandre de Moraes – que determinou as diligências cumpridas nesta manhã nos endereços dos empresários – é do dia 19 de agosto e até o momento, os autos não foram remetidos formalmente à Procuradoria-Geral da República (PGR).

A reportagem do JOTA apurou que a PGR foi intimada pessoalmente, com certidão assinada por uma servidora do gabinete do PGR, na segunda-feira (22/8). Porém, a PGR entende que não houve a intimação pessoal da ordem, conforme previsão da Lei Complementar LC 75/93 (art. 18, II, “h”), mas apenas uma “entrega – em procedimento não usual – de cópia da decisão”, na tarde de segunda-feira (22/8), “em sala situada nas dependências do STF, onde funciona unidade de apoio aos subprocuradores-gerais da República e ao PGR”.

Entenda a operação contra empresários bolsonaristas

A Polícia Federal cumpre, nesta terça-feira (23/8), oito mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. A operação se dá contra empresários bolsonaristas que trocaram mensagens sobre um suposto golpe de estado caso o ex-presidente Lula (PT) vença as eleições de 2022. A decisão de Moraes atendeu a um pedido da Polícia Federal.

Entre os alvos estão três endereços do empresário Luciano Hang, sócio da rede de varejo Havan. Também são alvos da operação policial Afrânio Barreira Filho, da rede de restaurantes Coco Bambu, em Fortaleza; José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da Construtora W3, no Rio de Janeiro; José Koury, do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Luiz André Tissot, do Grupo Sierra, no Rio Grande do Sul; Meyer Nigri, da Tecnisa, em São Paulo; e Marco Aurélio Raimundo, da Mormaii, em Santa Catarina.

Segundo a reportagem do site Metrópoles, José Koury, proprietário do Barra World Shopping, afirmou que “prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”.

Também segundo a reportagem houve ataques ao STF e ao processo eleitoral no grupo. Ivan Wrobel, proprietário da W3 Engenharia, por exemplo, afirmou: “Quero ver se o STF tem coragem de fraudar as eleições após um desfile militar na Av. Atlântica com as tropas aplaudidas pelo público”.

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