O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta quinta-feira (7/10), que a Polícia Federal proceda, mediante comparecimento pessoal e prévio ajuste de local, dia e hora, o depoimento oral do presidente Jair Bolsonaro em relação ao inquérito que investiga a interferência do chefe do Executivo na Polícia Federal. A denúncia foi feita pelo ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro.
O ministro também afirmou que o recurso ajuizado por Bolsonaro está prejudicado, isto é, não será mais analisado porque o próprio presidente resolveu a questão ao mostrar o seu interesse em prestar depoimento mediante comparecimento pessoal. (Leia a íntegra da decisão do ministro Alexandre de Moraes sobre o depoimento de Bolsonaro)
Na tarde de quarta-feira (6/10), o presidente mudou a estratégia e, informou, via Advocacia-Geral da União (AGU), que iria prestar o depoimento presencialmente no inquérito nº 4831, que investiga a suposta interferência dele na Polícia Federal, conforme denúncia de Moro. Com isso, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, suspendeu o julgamento previsto para a última quarta-feira (6/10) para analisar se o agravo ajuizado pelo presidente fica prejudicado, isto é, perde o objeto, o que ele confirmou nesta quinta-feira (7/10) que ocorreu.
Crimes investigados
O inquérito apura a suposta ocorrência dos crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de justiça, corrupção passiva privilegiada, denunciação caluniosa e crime contra a honra.
O pedido de abertura de inquérito feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no STF ocorreu poucas horas após a coletiva de Moro, na qual ele disse que Bolsonaro queria obter relatórios de investigações da PF, e que demonstrou preocupação com inquéritos que tramitam na Corte.