Na eleição anual dos melhores do ano (2020-21) promovida pela revista Downbeat (edição de agosto), votantes mais de 100 críticos de jazz do mundo todo, não houve maiores surpresas. Houve, sim, uma homenagem justíssima ao pianista-compositor Chick Corea, falecido em fevereiro último aos 79 anos. Ele foi eleito post mortem em três categorias: artista do ano, pianista e tecladista.
Finalmente, a compositora, chefe de orquestra e pianista Carla Bley, aos 85 anos, foi conduzida ao Hall of Fame, à frente do septuagenário pianista Kenny Barron e do já ocotogenário saxofonista Pharoah Sanders, um dos líderes do revolucionário free jazz das décadas de 60 e 70.
A multipremiada e justamente aclamada Maria Schneider, 60 anos, continua invencível nas listas dos melhores compositores e arranjadores, em ambas secundada por Carla Bley. E La Schneider chegou também em primeiro lugar nos páreos de líder da melhor orquestra e do álbum do ano, com o duplo Data Lords (Artist Share). Na sua big band, músicos notáveis como: Steve Wilson e Rich Perry (saxes), Greg Gisbert (trompete), Ben Monder (guitarra) e Gary Versace (acordeão).
Nesta divisão de melhores CDs do ano, os segundo e terceiro mais votados foram: MONK’estra Plays John Beasley (Mack Avenue), com arranjos do líder, compositor e tecladista; Charles Lloyd & The Marvels/Tone Poem (Blue Note), do saxofonista e jazz master em conluio – pela terceira vez em disco – com o relevante conjunto de ambiência country integrado por Bill Frisell (guitarra), Greg Leiz (pedal-steel), Reuben Rogers (baixo) e Eric Harland (bateria).
A propósito, este quinteto foi o vencedor na categoria dos jazz groups (pequenos conjuntos), vindo em seguida o combo da guitarrista Mary Halvorson – o Code Girl – e o da baterista Terri Lyne Carrington – o Social Science.
As mulheres instrumentistas continuam, portanto, a derrotar os homens em especialidades nas quais antigamente ficavam em segundo plano. A já citada Mary Halvorson foi de novo a primeira no ranking dos guitarristas, batendo os há muito “canonizados” Bill Frisell, John Scofield e Pat Metheny (caiu este ano para sexto lugar). Também mantiveram suas lideranças neste último pool: Jane Ira Bloom (sax soprano), Anat Cohen (clarinete), Nicole Mitchell (flauta) e Regina Carter (violino).
Os barbados foram novamente vitoriosos nas listas dos seguintes instrumentos principais: trompete (Ambrose Akinmusire); trombone (Michael Dease); sax alto (Rudresh Mahanthappa); sax tenor (Charles Lloyd); sax barítono (Gary Smulyan); contrabaixo (Christian McBride); Brian Blade (bateria).
Dentre os vocalistas, os vencedores da eleição dos críticos de jazz anualmente promovida pela Downbeat foram: Cécile McLorin Salvant, à frente de Jazzmeia Horn e Veronica Swift; Kurt Elling, Gregory Porter e Theo Blackman.
Finalmente, os cinco selos especializados que receberam mais votos foram, em ordem decrescente: Blue Note, ECM, Pi Recordings, Mack Avenue e Resonance.
(Samples de Data Lords: https://www.allmusic.com/